Os auditores fiscais dos portos secos de Foz do Iguaçu, das inspetorias da Receita Federal em Santa Helena, Guaíra, Mundo Novo, Ponta Porã e Dionísio Cerqueira, iniciaram ontem mais uma Operação Padrão. Somente no porto seco de Foz do Iguaçu, até a manhã desta terça-feira (18), havia 1.053 caminhões estacionados no pátio, fila virtual para exportação de outros 400 caminhões e as cargas importadas que não atravessaram as pontes de ligação com Paraguai e Argentina.
A Operação Padrão consiste no aumento de veículos fiscalizados. Normalmente, 99,5% das cargas são liberadas sem verificação, durante a operação esse percentual cai para 95%, ou seja, há mais cargas a serem fiscalizadas, quer seja documentalmente ou fisicamente. Cerca de 700 caminhões passam todos os dias pelo Porto Seco de Foz do Iguaçu. “Os caminhoneiros aguardam nos países de origem até o chamado da Receita”, explicou o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal, Silvio José Henkemeir.
Os auditores têm salário bruto médio de R$ 29.000 e alegam que estão sem reajuste desde 2016, quando os salários foram majorados em 9% e estão recebendo precariamente somente um bônus por eficiência, que foi editado por Medida Provisória e que se o governo não mandar para o congresso um projeto de lei não será efetivado. “O governo está intransigente, não fala em negociação, mas não vamos desistir”, explicou o presidente do sindicato. Segundo ele, se não houver acordo, o movimento segue, mas deverá mudar de estratégia “Pode ser que adotemos operação tartaruga ou outro meio de manifestação”, finalizou.
A operação padrão prejudica tanto empresas quanto caminhoneiros que têm de ficar muito mais tempo aguardando a liberação das cargas. O motorista Cleiton Henrique, que está levando espuma para o Paraguai, entrou na fila às 16h desta segunda-feira e não tem previsão de liberação. “Atrapalha demais nossa vida, aumenta os custos e atrasa as entregas. Se a empresa soubesse com antecedência da operação, segurava a carga”, reclamou o trabalhador.