Caso Marcelo Arruda: Advogados de Jorge Guaranho vão alegar legítima defesa

Júri Popular será realizado nesta terça-feira (11) e quarta-feira (12) em Curitiba. Para assistente de acusação, tese de legítima defesa é incoerente. “Um invasor jamais pode alegar legítima defesa, ele voltou para se defender? Absolutamente incoerente”, diz.

Reprodução

Após três adiamentos e um pedido de desaforamento (mudança de local) o júri do ex-policial penal Jorge Guaranho, réu por matar Marcelo Arruda em 2022, será realizado a partir dessa terça-feira (11), às 10h, em Curitiba. Para a Rádio Cultura, o advogado de Guaranho disse que a tese será de legítima defesa e devem pedir a absolvição do réu.

“A tese vai desencadear na absolvição, será demonstrado toda a integralidade dos fatos, porque até então, até pela repercussão do caso, não se demonstrou tudo o que aconteceu naquele dia” disse Anderson André Miranda. Segundo o advogado, a Defesa deve apresentar cinco testemunhas.

A primeira data do julgamento era 7 de dezembro de 2023. Foi remarcado para o dia 4 de abril de 2024 e acabou suspenso, depois que a defesa do ex-policial penal não teve os pedidos de adiamento do júri aceitos pelo juiz e abandonou o plenário. Para Miranda, o desaforamento foi pedido para que o julgamento fosse imparcial.

Tese incoerente

Para o assistente de acusação, o advogado Rogério Botelho, a tese da defesa é incoerente. “Um invasor jamais pode alegar legítima defesa, ele voltou para se defender? Absolutamente incoerente” argumentou Botelho. A acusação vai pedir condenação por homicídio duplamente qualificado, sendo motivo fútil, além de ter causado perigo comum as demais pessoas que estavam no aniversário.

“O caso é muito contundente, a violência é extrema, as filmagens do local, testemunhas, a pessoa chega em um primeiro momento, xinga, grita, interrompe uma festa de aniversário, há um entrevero, ele vai embora, abandona mulher e filhos na calçada sem chave da casa, volta raivosamente no local, quase atropela uma vigilante que teve que se jogar no chão, desce do carro aos brados, não responde aos pedidos de uma policial, que aponta um distintivo, e ele saca sua arma e mata o aniversariante” descreve o advogado.

Para ele, não há nenhum registro na história que após cometer um crime como esse, o réu tenha sido inocentado. “Não conheço na história algo que leve uma absolvição com qualquer tese, hoje o jurado pode absolver fazendo um único pedido que é ‘o jurado absolve o réu?’, ele poderia absolver sem justificativa, mas eu não conheço na história um caso assim com tamanha contundência, com tanta prova, que pudesse resultar em uma decisão favorável para o réu” conclui Botelho.

O caso

Marcelo Arruda, Guarda Municipal e tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, foi assassinado pelo ex-policial penal, Jorge Guaranho, em 9 de julho de 2022. Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos, cujo tema da festa era o PT e o presidente Lula, quando foi atingido por tiros disparados por Jorge Garanho, que soube da festa.

O Guarda Municipal chegou a revidar os tiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia seguinte. Guaranho sobreviveu, ficou um mês internado no hospital e foi transferido para o Complexo Médico Penal em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba.

Guaranho é réu por homicídio duplamente qualificado. Para a Justiça, ele agiu por motivo fútil e colocou a vida de mais pessoas em risco ao efetuar os disparos no salão de festas.

A sequência de vídeos mostra a ação que terminou com a morte de Marcelo Arruda.

Sequência de vídeos mostra ação que culminou com a morte de Marcelo Arruda

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