Nesta segunda-feira (27) será realizado o Tribunal do Júri de Willy Galvão Silva. Ele é acusado de ter sido o responsável pelo acidente que matou as jovens Daiane Espada Urbano da Silva, 23 anos e Cintia Albuquerque de Barrios, 22 anos, e deixado uma terceira jovem gravemente ferida no dia 17 de outubro de 2022.
Na ocasião, três jovens saíram de uma casa noturna e seguiam de carro por uma rua no Jardim Maracanã quando o carro capotou e bateu contra um estabelecimento comercial. As três jovens ficaram presas às ferragens. Apenas uma delas sobreviveu. Um inquérito policial concluiu que as jovens estavam sendo perseguidas depois de uma discussão na casa noturna.
A perseguição teria sido realizada por dois veículos, um deles era conduzido por Willy Galvão. O outro motorista foi considerado inocente e liberado. Galvão está preso desde novembro de 2022. O réu está sendo acusado por dois homicídios qualificados e uma tentativa de homicídio, conforme informou à Rádio Cultura o advogado Cleber Lins, assistente de acusação.
“A acusação sustenta que Willy agiu com dolo eventual na conduta de perseguir as vítimas com veículo automotor por várias ruas da cidade, inclusive pela contramão, então essa atitude do Willy, aos olhos da acusação, foi o que causou o evento fatídico do dia 17 de outubro de 2022” explicou Lins, que representa a vítima sobrevivente.
Por outro lado, a defesa de Willy informou que vai argumentar que não houve dolo no acidente que vitimou as duas mulheres. “A tese aqui é que o réu Willy não teve a intenção de ceifar a vida das vítimas, a ausência de dolo será demonstrada pela defesa por meio de uma análise categórica que envolve as circunstâncias do caso” defendeu o advogado Anderson André Miranda.
Para justificar a perseguição, a defesa afirma que ele tentava anotar a placa do carro das vítimas. “Estamos bem confiantes, esperamos que o corpo de jurados faça justiça, que se o veredicto for por responsabilizar o acusado Willy, que essa responsabilização seja feita conforme a sua culpabilidade” disse o advogado, que defende que o acidente seja considerado um crime de trânsito.
Já o advogado Dr. Eduardo, que também atua na assistência de acusação, disse que discorda totalmente da defesa. “O acidente ocorreu por culpa exclusiva do Willy e das pessoas que estavam com ele naquela madrugada, foi ele o causador do acidente, eles agrediram as moças de forma covarde, eles perseguiram aquelas meninas, bateram na traseira do carro delas em alta velocidade, o que foi o fator que ocasionou o capotamento com a morte de duas jovens e a lesão em uma delas” disse.
Nove testemunhas foram arroladas para o Tribunal Do Júri, sendo 5 de acusação e 4 de defesa. A expectativa é de que o júri dure cerca de 10 a 12 horas, ou seja, vai encerrar no início da noite desta segunda-feira (27). “A expectativa é que ele saia de lá condenado pelos três crimes, pelo duplo homicídio qualificado consumado e pelo homicídio tentado” conclui o assistente de acusação Cléber Lins.
O acidente
Em janeiro de 2023, a Polícia Civil concluiu o inquérito e a conclusão foi de que antes do capotamento do veículo, as vítimas foram perseguidas por outros dois carros. “Ouvimos testemunhas, analisamos imagens e verificamos que, de fato, houve uma perseguição ao veículo das vítimas, o que teria sido primordial para que o acidente acontecesse”, disse a delegada Iane Cardoso responsável pela investigação do caso.
“Antes do acidente as vítimas se encontravam em uma boate e, na saída, houve uma pequena discussão entre ambas as partes, mas cada um acabou se dirigindo para os respectivos veículos. Porém, no semáforo, no cruzamento da Avenida Paraná, com a Xavier da Silva, novamente se encontraram e houve uma discussão mais acalorada” relatou a delegada. Os motoristas dos dois veículos desceram e deram chutes no carro das vítimas, antes do acidente.
O Ministério Público realizou a denúncia e Galvão permanece preso. Depois de um período internada no Hospital Municipal Padre Germano Lauck, a vítima que ficou ferida recebeu alta no dia 11 de janeiro de 2023.