O corpo clínico do Hospital de Olhos de Cascavel deu início, ao atendimento de crianças que fazem parte do Projeto Olhar do Futuro, uma iniciativa social que vai proporcionar atendimento completo com consulta, exames e fornecimento de óculos se houver indicação a 300 crianças da rede municipal de ensino de Cascavel.
Nesta primeira etapa, 40 crianças passaram pelo atendimento e o número de diagnóstico de doenças e prescrição de óculos chegou a 50% do total de estudantes avaliados. “Detectamos muitos casos de crianças que precisam usar os óculos, ou mesmo algumas que precisam de cirurgia e fizemos o devido encaminhamento. As doenças mais comuns observadas nessa faixa etária de 6 a 10 anos são hipermetropia, miopia e astigmatismo”, explica a oftalmologista e sócia-fundadora do Hospital de Olhos de Cascavel, Dra. Selma Miyazaki.
A ausência ou demora no diagnóstico desses problemas pode trazer uma série de impactos no processo de aprendizagem, especialmente na fase de alfabetização. Segundo estatísticas da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, na educação infantil (creche e pré-escola) 5% das crianças têm problemas de visão. No ensino fundamental esse número chega a 25%. “Esse trabalho realizado por meio do ‘Olhar do Futuro’ é de extrema importância porque muitas vezes as crianças que não estão enxergando de longe não vão manifestar que têm essa dificuldade, elas vão apresentar baixo rendimento escolar e uma dificuldade de acompanhamento dos conteúdos. E por meio desse Projeto nós estamos oferecendo uma melhor qualidade de visão e com isso melhora no rendimento escolar, proporcionando uma nova perspectiva de futuro para eles”, completa Selma.
Novos horizontes
Por meio de uma parceria com o Centro Óptico Paraná, as crianças que tiveram prescrição ganharam óculos e já puderam, na sequência do atendimento, escolher a armação. O pequeno Davi Barros da Costa, de 6 anos, foi indicado para consulta pela professora e saiu do Hospital com o sorriso de quem inicia agora uma nova etapa. “Ele se queixava da dificuldade de enxergar o quadro e com os exames foi observado que ele precisa usar óculos. Então ele já escolheu a armação que mais gostou e agora começa a usar”, comemora a mãe, Fabiana Patrícia de Barros Silva.
Caso semelhante é o da Laura, que com 8 anos também tinha queixas sobre a dificuldade de ver de longe. “Mesmo ela sentando na primeira carteira, bem em frente ao quadro, ela reclamava que não conseguia enxergar. Os exames mostraram que ela precisa usar óculos e estamos muito felizes com essa possibilidade e a mudança que vem por aí”, afirma a mãe, Rosângela de Moraes Souza.
“Já escolhi a minha armação e estou feliz que vou enxergar bem”, fez questão de afirmar a menina.
A variedade de armações disponíveis para a escolha dos pequenos foi pensada de forma estratégica para colaborar com o hábito de usar os óculos, que deve ser adquirido pelos estudantes. “Precisamos trabalhar de forma lúdica, fazer a criança gostar da armação, porque isso vai influenciar ela a usar. Ela precisa se ver com a armação, achar bonita e se sentir bem com ela para seguir usando. Por isso temos armações mais coloridas, porque nessa faixa etária elas gostam de algo mais divertido”, ressalta o parceiro do Projeto, Celso Miyasaki, proprietário do Centro Óptico Paraná.