A Itaipu Binacional divulgou o balanço das primeiras compras de casas realizadas dentro das ofertas diretas aos moradores da Vila A. Segundo a empresa, na primeira fase de ofertas de venda direta, das 21 moradias ofertadas no primeiro lote, 15 moradores já optaram pela compra, sendo que 13 deles já quitaram o valor da casa e o restante ainda está dentro do prazo de pagamento. Isso representa um percentual de 71% de casas vendidas.
Em um segundo lote de imóveis, a Itaipu entregou propostas a outros 110 moradores. Destes, 60 já indicaram a compra (54%) e apenas sete apresentaram a negativa. O restante ainda está com o prazo de resposta aberto. “É um número muito expressivo, que mostra o quanto essas pessoas estavam preocupadas em fazer essa aquisição e se prepararam ao longo dos anos para ter recursos para quando esse momento chegasse”, destacou o diretor administrativo da Itaipu, Iggor Gomes Rocha.
Ao todo, já foram entregues 130 propostas a permissionários, que são as entidades que administram os imóveis cedidos pela usina como, por exemplo, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), a Prefeitura de Foz do Iguaçu e o Ministério do Trabalho.
A regularização das casas é uma necessidade histórica tanto da empresa quanto dos moradores, de forma que está sendo ofertada a compra diretamente a eles, cumprindo um pedido do grupo feito à atual gestão. Isso porque, na gestão anterior, a venda desses bens estava sendo feita por leilão, independentemente de o imóvel estar ou não ocupado. Agora, todos os imóveis ocupados estão sendo ofertados para os atuais moradores. “Nós temos feito reuniões com os grupos e atendido a todos os pedidos de prazo. Nosso interesse é pela venda, então se for preciso dar mais tempo para que a venda se efetive, vamos fazer isso. Só é preciso que haja uma definição, porque temos que fazer essa desmobilização e o processo não será paralisado”, afirmou o diretor.
Os valores variam conforme localização, metragem do terreno e da residência, entre outros, mas, de acordo com a Itaipu, de todas as casas, 70% estão dentro dos valores que permitem aquisição pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal.
Atendendo aos pedidos dos moradores, a Itaipu não fará novas ofertas em 2024 e deve focar nas negociações já iniciadas. A empresa também reforça que não está fazendo nenhum processo de devolução das casas ocupadas pelas famílias que não puderem ou não quiserem fazer a aquisição. Ao contrário, as instituições que estavam com contratos em vencimentos estão tendo os documentos renovados até 2026.
“Estamos focados nas vendas, então desocupação é algo que não tratamos e nem vamos tratar nesse momento. Nos documentos entregues há um prazo para entrega voluntária do imóvel, mas já notificamos os moradores que eles não têm que fazer isso agora”, ressaltou Iggor Gomes Rocha.
Histórico
As casas da Vila A foram construídas para abrigar os trabalhadores na construção da usina de Itaipu, que iniciou há 40 anos. Com o tempo, elas foram sendo repassadas para entidades que ofertavam essas residências aos seus funcionários como forma de atrair talentos para Foz do Iguaçu. Os moradores pagam apenas uma taxa de ocupação, algo em torno de 30% do valor do aluguel no mesmo bairro, e não pagam IPTU.
No passado já foram feitas ofertas diretas de vendas aos moradores, mas nem todas as casas foram desmobilizadas. Havia, recentemente, uma decisão pelo leilão de todos os imóveis, ocupados e desocupados, mas a atual gestão da Itaipu atendeu ao pedido para que essa oferta direta fosse retomada.
As casas foram avaliadas por empresa especializada que usou a planta original, sem benfeitorias, e indicou três valores, sendo um deles abaixo do valor de mercado. A Itaipu optou por esses menores valores e usou como base para as ofertas, acrescentando, em casos de pessoas sem imóvel na cidade, a possibilidade de um desconto adicional de 25%. Assim, algumas casas chegam a ter descontos de mais de 40%.
“Um bom exemplo disso é uma das primeiras residências vendidas, cuja avaliação feita pela instituição bancária foi de R$ 480 mil. Mas a Itaipu estava usando como referência um valor bem menor, de R$ 390 mil. Com os descontos aplicados, a venda acabou acontecendo por R$ 280 mil. Não dá para negar que é um belo desconto”, finalizou o diretor administrativo.
Informações: Divisão de Imprensa