O acidente aconteceu na manhã dessa sexta-feira (21), por volta das 6h15, próximo ao Hotel Carimã. A cozinheira Leila da Silva, de 40 anos, pilotava a moto e bateu no animal, que estava na pista. Ela estava a caminho do trabalho, no Hotel Double Tree. Leila chegou a ser socorrida, mas morreu a caminho do hospital.
Em entrevista para o Programa Contraponto, na Rádio Cultura, o delegado da Polícia Civil, Carlos Eduardo Pezzeti, que passava pelo local, logo depois do acidente, disse que a polícia vai investigar o caso, para saber exatamente como tudo aconteceu. Identificar o tutor do animal e levantar todas as informações sobre a sinalização da rodovia, que está em obras, e apurar as responsabilidades. O cavalo também morreu.
Nós entramos em contato com a família e, por telefone, o marido de Leila disse que estava viajando e chegou no começo da tarde com a triste notícia. Como estava escuro na hora do acidente, ele acredita que ela não percebeu em tempo, que havia um animal solto na pista.
Triste coincidência
Em novembro de 2004 o empresário e hoteleiro Newton Parodi, um dos pioneiros no setor em Foz do Iguaçu, morreu após atropelar um cavalo, também na Rodovia das Cataratas. “Naquele dia eu passava pelo local e ajudei a chamar o socorro”, disse o marido de Leila.
Essa semana, no Jornal da Cultura e Programa Contraponto, foi debatida a questão dos animais soltos em ruas e avenidas de grande movimento em Foz do Iguaçu. Ouvintes da emissora compartilharam imagens de cavalos nas Avenidas Andradina, Mario Filho e Fiorino Brol. Abaixo o flagrante na Avenida Andradina.
Aleksandro Ferreria de Sousa, Diretor de Trânsito do Foztrans, disse que “hoje os casos de cavalos soltos nas ruas estão mais raros, mas infelizmente, eventualmente, acontece, principalmente nos bairros mais distantes e isolados, onde os animais são deixados soltos para pastar. A maioria deles fica amarrado para pastar. Até pouco tempo atrás, não muito tempo atrás, eram usados para o trabalho, para carregar materiais reciclados, mas hoje isso está proibido”.
Ele destacou ainda, que o Foztrans tem um trailler e, se necessário, o Instituto de Trânsito poderá ser acionado para resgatar os cavalos, mas reconheceu que o Foztrans não tem local para levar os animais. “Se esse cavalo está solto, atrapalhando o trânsito, mas quem tem de acomodar, cuidar desse animal? Aí está o questionamento mais importante, de quem tem a responsabilidade sobre isso”.
Vilmar Andreola, Secretário da Indústria, Comércio e Agricultura, também reconheceu as dificuldades. Segundo ele, a Diretoria de Bem-Estar Animal está estudando a possibilidade de fazer uma licitação para habilitar um local, com chacreiro, para tomar conta dos animais que forem resgatados.
Leila deixa o marido e três filhos. O corpo ainda não foi liberado para a família, porque são necessários exames complementares, feitos no Instituto Médico Legal ( IML), em Cascavel. O velório deve acontecer na 12ª Igreja do Evangelho Quadrangular, na Rua Itambé, 658, no Bairro Carimã. O horário do enterro não foi confirmado.