Depois das 52 toneladas de farinha de trigo e 24 mil litros de azeite de oliva, nesta sexta-feira (19), fiscais do Ministério da Agricultura interceptaram uma carga de uvas-passas, em Foz do Iguaçu.
Aproximadamente 2.800 caixas de 10 quilos de uvas passas contaminadas, um total de 28 toneladas do produto, chegaram ao Porto Seco Multilog. A carga vinda de Rosário, na província de Santa Fé, na Argentina, entrou por São Borja, no Rio Grande do Sul, e tinha como destino a cidade de Camboriú, em Santa Catarina.
A avaliação detectou a presença da substância ocratoxina, um tipo de toxina produzida por fungos que se desenvolvem por falta de boas práticas de secagem e armazenamento. A quantidade encontrada na uva-passa equivale a quase o triplo do permitido pela legislação brasileira. Por definição do proprietário exportador, o material foi encaminhado à Foz do Iguaçu para que seja devolvido, com as devidas sanções, ao país de origem.
Essa foi a terceira operação envolvendo produtos alimentares irregulares em duas semanas na fronteira com Foz do Iguaçu. Há 15 dias, uma carga de mais de 20 mil litros de azeite de oliva irregular foi interceptada, assim como 52 toneladas de farinha de trigo contaminada com insetos, urina e dejetos de ratos.
No caso das uvas-passas, elas seriam utilizadas na produção de produtos de confeitaria, como panetone, cucas, bolos, biscoitos, pães e doces, assim como embaladas para o consumidor final em sachês, iogurtes, bebidas lácteas ou como ingrediente de refeições oferecidas em restaurantes. Numa analogia simples, a quantidade de frutas apreendidas seria suficiente para integrar cerca de 600 mil panetones.
A carga vai permanecer no posto de fiscalização de Foz do Iguaçu, no Porto Seco Multilog, até que seja cumprido o trâmite de liberação que leva em torno de 10 dias. Depois, a mercadoria segue diretamente para a Argentina, onde as autoridades serão responsáveis pelo destino do produto.