Nesta segunda-feira (26), um ato público, em frente ao Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, lembrou a morte de Viviane Jara Benitez , o pedido justiça e a responsabilização dos culpados pela morte da professora. Ela morreu no dia 26 de fevereiro do ano passado, “depois de uma sequência de erros cometidos durante e após uma cirurgia pré-agendada. Os envolvidos ainda não foram responsabilizados”, diz a nota do sindicato da categoria.
Viviane Jara Benitez era presidente do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi) e morreu dez dias depois de passar por uma cirurgia de retirada de útero no Hospital Municipal de Foz do Iguaçu.
Em agosto do ano passado, seis meses após a morte, a nova presidente do Sinprefi, Viviane Dotto, a mãe e a tia de Viviane Jara Benitez; a advogada do caso, dra. Solange Machado estiveram em reunião com o diretor-presidente do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu, André di Buriasco, em busca de respostas.
Na época, o diretor afirmou que “estava sendo encaminhada uma perícia médica do prontuário para apurar se teve alguma situação de imperícia ou negligência de algum outro profissional, além do cirurgião”.
O próximo passo, de acordo com ele, seria promover mais afastamentos conforme os apontamentos da investigação. De acordo com a advogada do caso, até agora, não houve nenhum avanço.
De acordo com dra. Solange Machado, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Paraná (CMR/PR) emitiu, em dezembro de 2023, um documento informando que há uma sindicância em andamento também pelo CRM, que estaria “em fase de emissão do relatório conclusivo”.
Em seguida, o juiz da Vara da Fazenda Pública de Foz determinou a comunicação ao Ministério Público para apurar a parte criminal.
“Indignação e revolta!”, desabafa a irmã de Viviane Jara Benitez, Márcia Benitez. “Durante todo esse ano, a indignação é a mesma. Coração sangra toda vez que a gente pensa que tudo o que aconteceu poderia ter sido evitado. Se tivessem investigado o que estava acontecendo, quando na primeira denúncia feita… Revolta, porque, tudo o que a gente sabe, a gente foi atrás para conseguir, lutamos. Ninguém nos procurou para dizer uma palavra, todos fugiram, ninguém teve a decência de chamar a minha mãe e contar o que tinha acontecido. Esperávamos o mínimo de um médico, cuidar bem dos seus pacientes. Poderiam ter evitado a morte da Vivi. Vejo minha mãe morrendo aos poucos, sem resposta, sem justiça, sem que alguém dê uma explicação.”, comenta Márcia. E declara: “Nós vamos continuar lutando, para que os responsáveis paguem pelo que fizerem ou pelo que deixaram de fazer.
Procuramos a direção do hospital. Em nota, informaram que, “diante do trágico acontecimento que vitimou a professora Viviane Jara Benítez, instauramos a Sindicância nº 002/2023 para investigar o ocorrido, que desdobrou-se em procedimentos administrativos internos que resultaram na decisão pelo afastamento definitivo do profissional envolvido, observando-se os ritos inerentes e garantindo-se oportunidade de ampla defesa e contraditório.
Além disso, por dever de ofício, registramos o caso perante o Colendo Conselho de Classe que regulamenta a atuação dos profissionais médicos, onde uma investigação junto à corregedoria está em andamento.
Todos os expedientes administrativos foram empregados de forma célere, rigorosa e cautelar, por meio de todos os meios e recursos disponíveis e cabíveis para apurar, esclarecer e responsabilizar todos os envolvidos, para prevenir, mitigar e punir eventuais desconformidades”.