O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta segunda-feira (15) com o presidente do Paraguai, Santiago Peña, no Palácio Itamaraty. Entre os principais temas discutidos estava o preço da energia vendida pela hidrelétrica de Itaipu.
Em abril do ano passado, o governo anunciou que o Conselho de Administração de Itaipu havia aprovado o valor de US$ 16,71 por quilowatt, no que teria sido um consenso entre conselheiros brasileiros e paraguaios.
Pouco depois, Peña foi eleito presidente. Ele já deu declarações públicas em defesa de um aumento do preço da energia vendida ao Brasil e a elevação do preço para a comercialização do excedente, ou seja, eles também reivindicam vender a energia que sobrar, que não for para o Brasil, que possam vender para outros países.
Enquanto o Paraguai insiste no aumento da tarifa, o Brasil quer reduzir, ou manter o preço pago pela energia. Diante da falta de um acordo, o lado paraguaio bloqueou o orçamento da empresa para 2024, impedindo a liberação de recursos. A medida pode afetar o pagamento a fornecedores, prestadores de serviços e funcionários da binacional.
Essa foi ao menos a quarta reunião entre Lula e Peña desde maio do ano passado. Em todas, o tema do preço da energia de Itaipu esteve no centro da conversa, embora até o momento nenhum dos dois países tenha anunciado um acordo sobre o tema.
Após 50 anos, Brasil e Paraguai trabalham para a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que dispõe sobre as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade do empreendimento.
A empresa binacional conta com orçamento anual de cerca de US$ 3,5 bilhões, dos quais quase 70% destinavam-se ao pagamento da dívida do Paraguai com a construção da hidrelétrica no Rio Paraná. Com a quitação da dívida, o Anexo C poderá ser revisado, conforme prevê o texto do próprio tratado.
Informações: Agência Brasil