Em entrevista para o Contraponto, na Rádio Cultura, o prefeito Chico Brasileiro reconheceu o trabalho que é feito no Centro de Nutrição Infantil em Foz do Iguaçu e que deve diminuir o atendimento das especialidades se não resolver a questão financeira.
“Além da desnutrição, o Centro de Nutrição foi avançando no atendimento, passando a oferecer mais serviços. Isso é muito importante. Nós temos um convênio, que é renovado a cada dois anos, mas estou disposto a sentar e discutir e a gente buscar, com certeza, uma solução para isso. É uma entidade que tem um histórico muito responsável”, disse o prefeito.
Para o atendimento com os médicos especialistas, o Centro de Nutrição Infantil recebeu R$ 420 mil, de emendas impositivas da Câmara de Vereadores, mas para 2024, o valor baixou para R$190 mil. Por isso veio o anúncio sobre a redução nos atendimentos com os médicos especialistas.
O prefeito disse ainda, que são muitas entidades buscando recursos das emendas impositivas e quando chegar o orçamento da câmara, que deve ser votado até o fim do ano, “podemos sentar e conversar”.
Não é a primeira vez que o Centro de Nutrição Infantil de Foz do Iguaçu enfrenta dificuldades financeiras para garantir o atendimento para crianças com problemas causados pela desnutrição. Criada há 30 anos, a entidade se tornou referência nessa área, não apenas em Foz, mas em toda região. Hoje o centro atente cerca de 60 crianças por dia. As mães foram avisadas da redução e estão preocupadas para o acompanhamento dos filhos, com os médicos especialistas, como neuropediatras e gastropediatras.
Para se ter uma ideia da média de gastos mensais, em outubro, foram gastos R$ 53 mil com o Centro de Nutrição e R$ 40 mil com os médicos especialistas. Aqui não estão incluídos gastos com leite (alguns chegam a R$ 300 a lata), mamadeiras do Hospital Municipal e ambulatório de estomas (como sondas, por exemplo).
Betina Grechi, presidente do Centro de Nutrição Infantil, participou do Jornal de Cultura, na manhã da última quarta-feira (20). Ela disse que nem todas as especialidades tem médicos no sistema público. Por isso a necessidade da contratação. “Eles cobram um valor abaixo do que é praticado nos consultórios, mas acima da tabela SUS”, disse Betina.
Para os demais serviços oferecidos, além do convênio com a prefeitura, que cobre 70% das despesas com o atendimento, o restante vem de parcerias com o Rotary Clube, Lions Clube, doações e promoções realizadas com a ajuda da comunidade.
“Não ter uma renda fixa é muito ruim, a gente não sabe como vai fazer. Sempre estamos passando o pires para todo lado”, disse ela.