Não é a primeira vez que o Centro de Nutrição Infantil de Foz do Iguaçu enfrenta dificuldades financeiras para garantir o atendimento para crianças com problemas causados pela desnutrição. Criada há 30 anos, a entidade se tornou referência nessa área, não apenas em Foz, mas em toda região.
Com o passar dos anos a demanda foi aumentando e com isso também os gastos para manter toda estrutura necessária para garantir um trabalho de qualidade para as crianças. E é justamente na parte das especialidades com neuropediatras e gastropediatria, que está o problema. Quanto antes for diagnosticado o problema, mais rápido e eficaz é o tratamento, mas a partir da janeiro deve haver uma redução nos atendimentos com especialistas. As mães das crianças já foram avisadas e estão preocupadas com o acompanhamento dos filhos.
O centro recebia uma verba, de R$ 420 mil por ano, que vinha de emendas impositivas da Câmara de Vereadores, mas esse valor caiu para R$ 190 mil para 2024. Para se ter uma ideia da média de gastos mensais, no mês de outubro, por exemplo, foram gastos R$ 53 mil com o Centro de Nutrição e R$ 40 mil com os médicos especialistas. Aqui não estão incluídos gastos com leite (alguns chegam a R$ 300 a lata), mamadeiras do Hospital Municipal e ambulatório de estomas (como sondas, por exemplo).
Betina Grechi, presidente do Centro de Nutrição Infantil, participou do Jornal de Cultura, na manhã dessa quarta-feira (20). Ela disse que nem todas as especialidades tem médicos no sistema público. Por isso a necessidade da contratação. “Eles cobram um valor abaixo do que é praticado nos consultórios, mas acima da tabela SUS”, disse Betina.
Para os demais serviços oferecidos, o Centro de Nutrição Infantil tem um convênio com a prefeitura, que é renovado de 2 em 2 anos, e os recursos cobrem 70% das despesas com o atendimento. O restante vem de parcerias com o Rotary Clube, Lions Clube, doações e promoções realizadas com a ajuda da comunidade.
Em novembro, Betina encaminhou um pedido para o Deputado Federal Vermelho, falando da questão financeira. Vermelho disse que o Centro de Nutrição deve receber um auxílio de R$ 300 mil, por meio de emenda parlamentar, mas o dinheiro só deve chegar na metade do ano que vem.
“Não ter uma renda fixa é muito ruim, a gente não sabe como vai fazer. Sempre estamos passando o pires para todo lado”, disse ela.
Entramos em contato como prefeito Chico Brasileiro, para saber o que o município pode fazer, além do repasse que já é feito para o Centro de Nutrição Infantil. Chico garantiu que vai acompanhar de perto a situação e buscar uma solução.