Mais filas, mais reclamações na hora de cruzar a Ponte Tancredo Neves, na fronteira com a Argentina

A segunda-feira começou com mais filas e muitas reclamações na fronteira do Brasil com a Argentina. E foi assim durante o fim de semana. Além do forte calor, os banheiros na aduana brasileira foram interditados por causa da falta de água. No sábado houve o rompimento de uma das principais redes do sistema de abastecimento da Sanepar em Foz do Iguaçu. Em seguida os técnicos começaram a trabalhar para resolver o problema, que afetou o fornecimento de água na região sul. O abastecimento foi normalizado no fim da tarde desse domingo (22), mas em muitas residências a água só começou a chegar, de madrugada.

No último sábado (21) quem cruzou a fronteira, foi surpreendido pelas mudanças nos procedimentos da Polícia Federal, no Posto Migratório na Ponte Tancredo Neves. Em nota, a PF informou que houve a padronização de procedimentos de fiscalização e migração, atendendo as normativas legais vigentes no país, visando maior segurança aos viajantes, que se submeterão ao mesmo processo migratório independentemente de dia e horários; a atender as normativas legais vigentes e a dar maior eficácia no controle de entrada e saída de pessoas no país.

“Destacamos que a apresentação do viajante à autoridade migratória é obrigatória, não havendo previsão legal para procedimentos alternativos, como registro por procuração ou à distância. Essa obrigatoriedade inclusive é similar em grande parte dos países que estabelecem controle migratório em suas fronteiras, como a própria Argentina, por exemplo”, esclareceu a PF.

Em entrevista para o Jornal da Cultura, o presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), Paulo Angeli, disse que hoje à tarde, está prevista uma reunião do setor de turismo com a Polícia Federal, para tentar encontrar uma alternativa e minimizar tudo isso.  Segundo ele, precisa ficar claro que ninguém é contra a fiscalização. “O grande problema é a falta de estrutura. Nesse domingo, muitos enfrentaram mais de duas horas na fila. Não ter servidor, banheiro e água, é uma tortura para o turista. Imagina num fim de semana, com feriado prolongado”, disse ele.

Até sábado, guias com grupos, acima de 5 pessoas, desciam dos ônibus ou vans e apresentavam a lista de passageiros com todos os nomes e respectivos documentos. Os turistas permaneciam nos carros. Esse procedimento também é feito na Alfândega, em Porto Iguaçu, na Argentina. Agora, todos devem descer e seguir até o Posto Migratório, tanto se está indo para o vizinho país, como voltando.

A Polícia Federal disse ainda, que “vem trabalhando em conjunto com os órgãos públicos e as representações do setor do turismo para buscar soluções integradas que melhorem a experiência dos turistas ao visitarem a região da tríplice fronteira. Para isso, houve uma primeira reunião do Comtur, no último dia (18), onde a PF esteve presente esclarecendo as exigências legais e as dificuldades encontradas e ouvindo os problemas enfrentados pelo setor do turismo, inclusive pela falta de padronização do atendimento.

Além disso, a PF promoverá um treinamento voltado aos guias de turismo cadastrados nas representações classistas, onde haverá orientações sobre os procedimentos migratórios, abordando desde os documentos necessários até o tráfego e circulação nas áreas de fiscalização. A PF esclarece que o controle migratório é uma das premissas para a soberania de um país, contudo precisa caminhar ao lado de um processo eficiente e de qualidade, que atenda o turista de forma que sua experiência seja positiva. Por isso, reforça o trabalho conjunto com outros órgãos públicos e a representação da sociedade civil organizada, buscando a excelência e eficácia no trabalho desenvolvido para a sociedade.

 

 

 

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