Os profissionais da educação da rede pública municipal de Foz do Iguaçu aceitaram a proposta do prefeito Chico Brasileiro e retornarão ao trabalho amanhã (18) pela manhã, enquanto aguardam resultado de reunião do prefeito com dirigentes sindicais agendada para às 10h, no gabinete. Em seguida, às 12h, os servidores da educação farão Assembleia Geral, em frente à prefeitura, para deliberar se seguirão com a greve geral iniciada na última segunda-feira (16), com base nos resultados da negociação.
A decisão de dar uma trégua no movimento grevista foi tomada diante da esperança de que propostas concretas sejam apresentadas na reunião de amanhã. “A categoria decidiu dar um voto de confiança ao prefeito e nós esperamos que a reunião de amanhã seja produtiva”, planeja a professora Viviane Dotto, presidente do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi).
Hoje (17), aproximadamente 10 CMEI´s ficaram fechados por causa da adesão dos profissionais à greve geral e cerca de 50 unidades escolares (escolas e CMEI´s) funcionaram de forma parcial. Portanto, das 95 unidades escolares do município, ao menos 60 estão ligadas à mobilização. A orientação é que os responsáveis por alunos matriculados na rede pública do município se informem na unidade correspondente sobre o funcionamento.
Durante o protesto realizado hoje, em frente à prefeitura, os profissionais saíram em passeata até a Câmara de Vereadores em busca de apoio. Também caminharam por ruas do centro de Foz e entregaram panfletos para informar a comunidade sobre as motivações da greve.
Expectativa
Desde a Assembleia Geral do dia 28 de setembro – quando a categoria deliberou por paralisação de um dia (5 de outubro) e greve geral a partir do dia 16 de outubro – já houve quatro reuniões entre representantes do Sinprefi e do executivo, sem avanços significativos. Apenas na reunião de ontem (16) foi anunciada concessão de vale-alimentação a servidores de todas as categorias do município que ganhem até R$ 5.500,00, além de um pequeno aumento no valor do abono assiduidade aos educadores (benefício para quem não possui falta, licença ou atestado).
Mas a resolução dessas e de, praticamente, todas as pautas em negociação tem sido postergada para os próximos meses e até para o ano que vem. Foi isso que fez os profissionais da educação entrarem em estado de greve ainda no mês de janeiro e, depois de nove meses, tomarem medidas mais drásticas.
Entre as propostas apresentadas, até agora, pela administração municipal, está a implantação de direitos contidos no Plano de Carreira do Magistério, que é uma lei municipal de 2015, mas só irá ocorrer depois de uma revisão com previsão de conclusão em março do ano que vem. O pagamento do prêmio do Ideb para professores da Educação Infantil e para profissionais aposentados que estavam trabalhando quando a prova foi aplicada também só tem perspectiva de ser feito em março do ano que vem. Não há previsão para o pagamento de 5,21% pendentes da data-base do ano passado nem para o pagamento do Piso Nacional aos professores, conforme preconiza o Ministério da Educação.
A pauta de negociação inclui, ainda, falta de professores, condições de trabalho inadequadas, pagamento de progressões de carreira conquistadas com formação profissional, falta de concessão de hora-atividade a todos os professores, entre outros itens.