Nesse sábado (26), às 8h, haverá uma passeata partindo da sede do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi), na Vila Brasília, em direção ao Hospital Municipal de Foz do Iguaçu.
O objetivo é marcar os seis meses de falecimento da professora Viviane Jara Benitez, ex-presidente do Sinprefi, e reunir outras pessoas que enfrentam o mesmo drama. Viviane Jara Benitez teve uma parada cardíaca e morreu no dia 26 de fevereiro em decorrência de complicações de uma cirurgia de retirada de útero realizada 10 dias antes. A suspeita é de erro médico, além de falhas no atendimento hospitalar.
“Pelas provas colhidas, as evidências não deixam dúvidas da falha na prestação de serviços médicos e do nexo de causalidade com o óbito”, afirma a advogada da família de Viviane Jara Benitez, dra. Solange Machado, que também é assessora jurídica do sindicato que era liderado pela professora.
Segundo ela, embora a direção do hospital tenha sido procurada várias vezes, passados seis meses, ainda não foi concluída a sindicância interna promovida para apurar os detalhes do que aconteceu e as responsabilidades.
Como o caso da professora Viviane se tornou público, houve muitas manifestações de pessoas que enfrentaram problemas semelhantes no Hospital Municipal de Foz do lguaçu. Por isso, o ato também é um convite para a comunidade. “Todos que estejam passando por questões parecidas, de erro médico ou procedimentos questionáveis, relacionados ao Hospital Municipal, estão convidados a participar conosco dessa manifestação em busca de atendimento digno na área de saúde na nossa cidade”, convida a atual presidente do Sinprefi, a professora Viviane Dotto.
Sem respostas
A advogada do caso de Viviane Jara Benitez, dra. Solange Machado, irá ingressar com ação judicial em busca de respostas efetivas e da reparação dos danos causados. Em maio, a advogada e a atual presidente do Sinprefi estiveram pessoalmente no Hospital Municipal, mais uma vez, em busca de um posicionamento, mas a investigação interna ainda estava em andamento.
Mais recentemente o hospital informou que a perícia do prontuário médico não pode ser feita pelos médicos que atuam no Hospital Municipal Padre Germano Lauck, mas que “está em andamento”. A nota também informa que “existe uma determinação para que o profissional não mais atue na instituição”.
Desde que a professora Viviane Jara Benitez saiu da cirurgia de retirada de útero, na tarde do dia 16 de fevereiro deste ano, a família e os amigos tentam entender o que aconteceu. Testemunhas relatam que a professora pediu “socorro” assim que saiu do procedimento.
Mesmo assim, só no início da noite ela foi encaminhada para uma segunda cirurgia emergencial. “Seis meses se passaram desde a tragédia que se abateu sobre nossas vidas, um verdadeiro crime que continua sem respostas”, denuncia Marcia Jara Benitez, irmã de Viviane Jara Benitez.
Em nota, o Hospital Municipal Padre Germano Lauck, informou que “vem trabalhando na elucidação dos fatos que culminaram na morte da professora Viviane Jara Benitez. Além de Procedimento Administrativo Disciplinar, envolvendo toda equipe que teve contato com a paciente, o hospital também instaurou uma sindicância para apurar responsabilidades. O médico que fez o procedimento na professora foi afastado por tempo indeterminado e aguardamos o resultado da perícia médica que está sendo feita no prontuário, para apontar com precisão e justiça, as causas da morte precoce da professora. Uma vez mais nos solidarizamos com a família e amigos da educadora”.