A estimativa é da superintendência de Operação da Itaipu, com base na previsão de afluência, ou seja, a água que chega ao reservatório, e na demanda de produção de energia. Caso confirme o fechamento, o vertedouro terá operado por 80 dias ininterruptos, fato não observado desde maio de 2001.
Durante estes 80 dias, o vertedouro manteve sempre a calha esquerda aberta e, em três ocasiões no mês de fevereiro, abriu também a calha central. O vertimento máximo foi de 12.361 metros cúbicos de água por segundo (m³/s), observado no dia 19 de fevereiro, quando estavam abertas as duas calhas.
“Tivemos um início de ano com precipitações superiores à média nos grandes reservatórios de cabeceira, por isso, houve vertimento generalizado nas principais bacias do sistema interligado nacional”, explicou o superintendente de Operação de Itaipu, Rodrigo Pimenta.
Segundo ele, com o término do período chuvoso, houve uma redução gradativa das afluências, o que permitiu o fechamento do vertedouro da maior parte das usinas situadas a montante (acima) de Itaipu. “Deste modo”, continua Pimenta, “a previsão é que o vertedouro da Itaipu também feche nesta segunda-feira (3).”
Pimenta explica que o vertedouro pode eventualmente ser aberto, de forma intermitente, em horários de baixa produção, dependendo da afluência e da demanda por energia.
O vertimento é necessário para manter a segurança da barragem, quando há aumento da afluência do Rio Paraná a montante do reservatório. Itaipu faz uma contenção de parte da água, controlando o nível do reservatório e do Rio Paraná, mas a partir de determinado nível é preciso escoar essa água para garantir a segurança da barragem.
Turismo
A abertura do vertedouro da Itaipu impulsionou as visitas turísticas à usina hidrelétrica nos últimos quase três meses. Em fevereiro, por exemplo, a turismo de Itaipu registrou um aumento de 83% nas visitas. Atrativo a mais, a abertura do vertedouro foi um dos motivos.