A lentidão nas obras da Perimetral Leste, em Foz do Iguaçu, foi um dos temas no Programa Contraponto, na Rádio Cultura. O engenheiro João Luis Félix, diretor da JL Construções Civis, falou sobre os trabalhos que seguem num ritmo bem lento. Segundo João Luis, foi licitado um projeto muito antigo e houve uma série de questões que precisaram ser ajustadas.
“Além das desapropriações, que demorou bastante, o projeto original previa somente a passagem de caminhões na segunda ponte, ligando o Brasil ao Paraguai. Como foi alterado, para caminhões e automóveis, foi necessário adequar as aduanas, fora os novos viadutos. Nós estamos fazendo tudo aquilo que é possível fazer. Existe ainda uma questão sobre a pavimentação. Em função do aumento no tráfego que vai ter, porque é um projeto muito antigo, o Dnit está exigindo uma pavimentação muito mais reforçada e para isso também precisa de um ajuste de contrato. Estamos bastante amarrados, no sentido de poder evoluir, mas fazendo a terraplenagem possível, viadutos contratados e, com o novo governo, temos de trabalhar todos juntos. Nós, sociedade de Foz, entidades, no sentido de resolver esse assunto que vem se arrastando há bastante tempo.
A nossa empresa já fez muita obra sem receber. Nesse caso não é por falta de recurso. A Itaipu tem nos pago rigorosamente em dia , só que nós não conseguimos emitir uma fatura, porque não estão acertadas as questões de readequação desse contrato. Estamos com um fluxo de caixa extremamente negativo. Agora vamos fazer só aquilo que a gente consegue medir, porque daqui pra frente fica difícil trabalhar sem receber.
Todos os trechos têm algum tipo de problema. E não vai acontecer enquanto não resolver essas questões.
A readequações no contrato já foram encaminhadas. Não é apenas um item, são vários. Nós estamos com esperança que isso se revolva de uma vez por todas, porque ficar fazendo obras sem receber, fica difícil.
Nós já investimos 25 milhões de reais sem receber. Qualquer outra empresa já teria parado há mais tempo essa obra. Nós somos da região, sabemos da importância pra Foz. A JL tem vários empreendimentos em Foz, nós continuamos a obra, não paramos por conta disso. O dinheiro existe, está disponível na Itaipu, mas primeiro precisa acertar as questões burocráticas.
Nós estamos trabalhando, executando, com aquilo que dá pra trabalhar, mas tem um limite. O problema maior está nas soluções com o Dnit. E volto a dizer, não é problema de dinheiro. Por causa dos ajustes no projeto, foram necessárias obras que não estavam contratadas. Agora dependemos do Dnit para resolver essas questões e definir os aditivos”, acrescentou.
Nós estramos em contado com a Assessoria do Dnit, mas ainda não recebemos um retorno.