Maior e mais complexo projeto já executado pela Itaipu Binacional, desde a construção da usina hidrelétrica, o Plano de Atualização Tecnológica começou a ser executado em 2022 e tem uma série de atividades programadas para 2023. Os esforços serão concentrados na elaboração dos projetos executivos dos geradores a diesel (os primeiros equipamentos a serem substituídos); do Scada, o sistema de supervisão, controle e aquisição de dados da usina; e da Rede de Tecnologia da Automação (RTA), a rede de dados e comunicação interna da Área Industrial da usina hidrelétrica de Itaipu.
Também em 2023, devem avançar as obras dos novos almoxarifados e dos Centros de Integração de Sistemas e Capacitação, que fazem parte do objeto 2 do contrato e serão realizadas por empresas paraguaias. Espera-se, ainda, a conclusão das especificações técnicas, o início do processo de licitação da Atualização Tecnológica da Subestação da Margem Direita e a contratação dos serviços de apoio de engenharia.
“O maior desafio para Itaipu é promover uma gestão coordenada dos diversos contratos, gerando o menor impacto possível na operação e na manutenção e mantendo os elevados níveis de confiabilidade da usina”, afirmou o diretor técnico executivo, David Krug. Segundo ele, será necessário um grande esforço de coordenação para absorver as atividades previstas no Plano de Atualização Tecnológica em meio à atual rotina de trabalho dos profissionais da Itaipu.
O Plano de Atualização Tecnológica de Itaipu deu seus primeiros passos em 2022, com a assinatura do contrato com o Consórcio Modernização de Itaipu (CMI) e a elaboração dos planos de gerenciamento que compõem o planejamento executivo do projeto. Apenas nesse contrato, que corresponde à atualização tecnológica da usina, serão investidos US$ 649 milhões distribuídos ao longo dos 14 anos do empreendimento.
Para se chegar à assinatura do contrato e ao início dos trabalhos, foram vários anos de planejamento, incluindo a identificação das necessidades, o levantamento das condições operacionais de todos os equipamentos e sistemas da usina, a prospecção de mercados, a elaboração do projeto básico e das especificações técnicas e a definição de modelos de licitação e gestão.
Formado por duas empresas brasileiras do Grupo GE (GE Energias Renováveis e Grid Solutions Transmissão de Energia) e duas paraguaias (Tecnoedil e CIE), o CMI será responsável pela execução da atualização da usina, que é o primeiro de quatro objetos previstos. As contratações levam em consideração necessidade de utilizar de forma equitativa, na medida do possível, a mão de obra, os equipamentos e os materiais de disponíveis no Brasil e no Paraguai.
Em maio de 2022, logo no início dos trabalhos, o CMI promoveu um workshop para integrar as equipes e estabelecer as diretrizes de trabalho. Depois de dois encontros, em Taubaté (SP) e Foz do Iguaçu (PR), o consórcio fez uma apresentação à Itaipu mostrando os “Dez Mandamentos da nossa equipe”, entre eles transparência (“valor inegociável”), prazo (“cumprimos com os prazos e nos antecipamos aos possíveis desvios”) e segurança (“prevenção vem em primeiro lugar”).
Outra atividade iniciada nos primeiros meses de contrato foi o escaneamento a laser de todas as instalações da usina afetadas pela Atualização Tecnológica. Assim, o consórcio obterá os modelos tridimensionais da usina que serão a base para a elaboração dos projetos executivos, utilizando a tecnologia Building Information Modeling (BIM). As atividades devem ser concluídas em 2023.
Alto desempenho
Passadas quase quatro décadas de produção ininterrupta, a usina hidrelétrica de Itaipu continua a apresentar indicadores excepcionais, batendo recordes de produtividade e mantendo a disponibilidade de suas unidades geradoras acima das referências de mercado. Isso se deve ao nível de excelência das atividades de engenharia durante o projeto e construção da usina e à cada vez mais eficiente gestão dos ativos de produção de energia.
Mas manter esses índices tem se tornado cada vez mais complexo. Sistemas e equipamentos elétricos e eletrônicos, projetados para durar 30 anos, já operam há quase 40. Por isso, para assegurar a continuidade de seu alto desempenho, Itaipu deu início à atualização tecnológica, que contempla a substituição de todos os cabos de força e controle e dos sistemas do controle centralizado, das unidades geradoras, da subestação isolada a gás, dos serviços auxiliares, do vertedouro e de medição e faturamento.
Também será modernizada a Subestação da Margem Direita, que conecta Itaipu ao sistema elétrico paraguaio e ao sistema de corrente contínua de Furnas. Fazem parte da atualização ainda: a construção de novos almoxarifados e de centros de integração de sistemas; a aquisição de novas ferramentas de gestão; e a contratação de serviços de apoio e consultoria para atividades de projetos, inspeção, fiscalização e comissionamento.