O turismo de Foz do Iguaçu acredita que já superou a marca de dois milhões de visitantes, um recorde histórico alcançado em 2019, e para 2023 vai intensificar as ações integradas no setor, o que inclui campanhas de divulgação do destino na Tríplice Fronteira, entre Brasil, Paraguai e Argentina, fomento às atividades de pequenos e médios empreendedores, formação e qualificação de mão de obra e uma nova métrica para mensurar o número de visitantes.
O número tem como base a visitação do Parque Nacional do Iguaçu, considerado um ótimo indicador, mas possivelmente é muito superior devido à mudança do perfil dos visitantes da cidade no pós-pandemia, uma vez que atualmente boa parte dos turistas chega de automóvel pela BR-277.
O prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro, e os presidentes do Visit Iguassu, Felipe Gonzalez, do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), Yuri Benites, do SindHotéis, Marcelo Martini, e do Sindetur (Sindicato das Empresas de Turismo), Fernando Martin, participaram de um café da manhã nesta terça-feira (03).
Números
O setor estima que a tríplice fronteira recebeu em 2022, algo entre três a quatro milhões de visitantes. “Os atrativos também se diversificaram. Além das Cataratas do Iguaçu e do parque nacional, temos pelo menos mais dez atrativos de ponta na região trinacional e ainda o turismo de compra, de eventos e negócios, de aventura e esporte e o gastronômico que estão em alta ou crescendo”, disse Chico Brasileiro.
“Esse tipo de visitação pode ser feita através de aplicativos de localização de telefones ou até mesmo nas redes sociais. Vamos pedir o apoio do PTI (Parque Tecnológico de Itaipu) de como utilizar uma ferramentas desse tipo, garantido, é claro, a privacidade do visitante”, completou o prefeito.
O SindHotéis vai quantificar em 2023 a ocupação no ano inteiro dos resorts, hotéis, pousadas e hostels. “Já fazemos isso nos feriados e em datas comemorativas e vamos ampliar essa consulta para o ano inteiro”, disse Martini que ainda aponta o aumento no mercado on-line, tipo airbnb, que opera em estadias de curta duração de casas, apartamentos e quartos.
Plano
O reforço nos investimentos na promoção e divulgação do destino também foram demandadas pelo setor ao prefeito. “Temos que estruturar um plano de investimentos em conjunto e parceria com o setor privado”, afirmou Felipe Gonzalez.
Um plano de divulgação, segundo Gonzalez, já está pactuado com a Itaipu Binacional e com a nova concessionária do Parque Nacional do Iguaçu. A divulgação e promoção do destino, segundo os presentes na reunião, deve ser ampla e constante em todos os canais de comunicação (folheteria, imprensa, internet, redes sociais, outdoors, espaços nos aeroportos e mídias em cinemas, famtours, além de outros equipamentos, ferramentas e estratégias).
Parcerias
O prefeito destacou também o trabalho conjunto com as operadoras e as empresas aéreas para consolidar as rotas existentes e ampliar as conexões com outros destinos do Mercosul e no país. Ele citou, como exemplo, os voos para o nordeste. As cidades turísticas podem divulgar a tríplice fronteira e ter a mesma contrapartida na região de Foz do Iguaçu.
Chico Brasileiro acredita ainda no aumento do turismo de compras com as lojas francas instaladas em Foz e aponta que a região trinacional é a única a ter uma cota de US$ 1 mil (R$ 5,5 mil) para produtos importados. “Foz será a Miami brasileira num curto espaço de tempo”, disse. O destino estadunidense é o preferido pelos brasileiros para o turismo de compras na América do Norte.
O Parque Nacional do Iguaçu, principal indicador de visitação na cidade, recebeu 1.434.308 visitantes no ano passado, porcentual 118% maior que o registrado em 2021. Em comparação com 2019, período anterior à pandemia, o parque recuperou 71% do total de 2.020.358 ingressos daquele período. Os números dos últimos três anos foram impactados pelo ciclo de restrições da pandemia.
O parque recebeu visitantes de 148 países com destaque para Argentina, Paraguai, EUA, França, Uruguai, Espanha, Alemanha, Colômbia, Peru, Inglaterra, México, Chile, Bolívia, Itália, Israel, Holanda, Canadá, Afeganistão e Suíça. Os brasileiros continuam absolutos e representaram 63% dos visitantes. Os paranaenses ficaram na frente, seguidos de paulistas, catarinenses, gaúchos, cariocas, mineiros e moradores do Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Ceará, Acre, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso e Alagoas.
Integração regional como prioridade, defende Comtur
O presidente do Conselho Municipal de Turismo, Yuri Benitez, disse que a atividade é dinâmica e que requer avaliação e estratégias de ações constantes. “A atuação integrada no turismo de Foz, exige um alinhamento constante entre as instituições do setor para análise de cenários, perspectivas e definição de estratégias. O encontro serviu para levantar as demandas e projetos para o ano que se inicia, ainda desafiador pelos efeitos da pandemia, e singular, no rearranjo político do turismo nacional”, afirma.
O vice-presidente do Comtur e presidente do Sindetur, Fernando Martin, afirma que é preciso avaliar a situação atual e as possíveis para poder definir algumas prioridades. “A integração de toda a região, incluindo as cidades no Paraguai e Argentina, são de extrema importância”.
Para Martin, intensificar o diálogo com as autoridades das cidades vizinhas é fundamental para agilizar o trânsito de turistas na região trinacional. “Temos que procurar o apoio das forças de segurança para evitar que episódios isolados como os que tivemos há pouco tempo, não se repitam”.
Outros dois pontos, defendidos pelo Sindetur, tratam de ferramentas que ajudem a monitorar a cidade para aumentar a segurança. “Temos que buscar o diálogo assim que possível, com as autoridades estaduais e federais do turismo, para alinhar estratégias em conjunto. Além de elaborar planos de ação para diferentes mercados”.
PMFI