O transporte público em Foz do Iguaçu voltou a ser assunto no Contraponto da Rádio Cultura. Hoje a conversa foi com o ex-secretário de Transparência e Governança do Município, José Elias Castro Gomes, que deixou o cargo em março desse ano, mas chegou a participar do processo para o contrato emergencial do transporte, em vigor na cidade. “A minha saída foi motivada pela contratação da Viação Santa Clara, empresa e seu representante, denunciados pelo Ministério Público em mais de 30 processos”, disse José Elias.
“A maioria das secretarias depende do executivo e isso acaba comprometendo a gestão.
Quando estava na secretaria eu busquei todas as informações e ficou provado que o serviço não atendia as necessidades dos usuários. Nós criamos o modelo de contratação, mas não foi implantado. Tanto que os usuários não perceberam melhora.
O motivo da minha saída estava diretamente ligado à contratação da empresa para o contrato emergencial. Hoje a gestão não atende ao usuário.
Uma nova licitação, de contratação por 5 anos, não é viável para que tenhamos novas empresas participando pelo valor do investimento, que gira em torno de R$ 80 milhões e esse prazo não dá retorno aos investidores. Além disso, o município não tem braço e nem capacidade técnica para a fiscalizar e fazer gestão.
Precisaria do apoio de órgãos especializados no assunto, para elaborar a proposta.
Eu conduzi o processo da caducidade e esperava que avançasse, mas não foi isso que aconteceu.
Ninguém acreditou no rompimento do contrato. Todo o esforço foi por água abaixo.
Hoje na comissão está um ex-funcionário do Consórcio Sorriso. Nesse caso qual o interesse está sendo defendido? Do usuário ou da empresa? Não vejo melhora criando uma secretaria extraordinária. O transporte é uma questão de política pública. Essa nova secretaria vai continuar com problema. A licitação deveria ter sido implantada assim que se deu a caducidade, que é a perda da validade do contrato. Agora fica a questão: quem vai comandar o transporte público em Foz do Iguaçu?
A maior dificuldade são os atores externos que não ajudam em nada”, finalizou José Elias.