Em 20 de outubro de 1978, foi aberto o canal de desvio do Rio Paraná, que permitiu a secagem de um trecho do leito original para ser construída a principal barragem de concreto da Usina Hidrelétrica de Itaipu. O desvio tinha 2 km de comprimento, 150 metros de largura e 90 metros de profundidade. Uma proeza da engenharia para a época.
44 anos se passaram desde aquele acontecimento histórico que ficou marcado na memória dos mais de 30 mil trabalhadores, autoridades e público presente que tiveram o privilégio de presenciar o desvio do Rio Paraná, fato que possibilitou a construção da barragem, hoje reconhecida no mundo por sua liderança na produção de energia limpa e renovável.
Naquele dia, as duas ensecadeiras (barragens provisórias) arqueadas foram demolidas por explosões simultâneas. Sua demolição levou 3 segundos. A explosão começou no centro dos arcos e logo se espalhou para as ombreiras. Grupos de 3 furos foram detonados em intervalos de 20 milissegundos (milímetros por segundo, mm/s), melhorando assim a fragmentação, reduzindo a ejeção de fragmentos e minimizando a intensidade das vibrações causadas pela explosão.
Os sismógrafos na estrutura de controle de deflexão registraram uma velocidade máxima de vibração de 20 mm/s. Todas as observações indicaram que o desvio do Rio Paraná para o canal de desvio foi realizado sem incidentes ou imprevistos.
Este fato emblemático, realizado através de gigantescas implosões que continuam a repercutir até hoje, foi algo verdadeiramente transcendente para a população dos dois países que herdaram esta obra monumental e que, ao mesmo tempo, têm a missão de mantê-la para que continue sendo referência mundial em produção de energia e exemplo em ações ambientais para a conservação da rica biodiversidade da região.