Está sendo realizada na manhã de hoje (09/08) a Operação Modo Avião, uma ação conjunta entre a Receita Federal e a Polícia Federal, que visa desarticular uma organização criminosa dedicada a atividades de lavagem de dinheiro e introdução ilegal de produtos eletrônicos no mercado brasileiro, sem o devido pagamento de impostos (crimes de contrabando e descaminho). O grupo teria movimentado mais de R$ 1,2 bilhão nos últimos 18 meses.
Estão sendo cumpridos 56 mandados de busca e apreensão, nos estados do PR, SP e CE, além de dois mandados de prisão preventiva expedidos pela 14ª Vara Federal de Curitiba.
A presente operação é fruto do aprofundamento de investigações realizadas a partir de apreensões de mercadorias importadas irregularmente em conjunto com a análise de informações e evidências encaminhadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeira (Coaf). As diligências indicaram a existência de operações financeiras realizadas à margem do sistema financeiro nacional com a possível utilização de “laranjas” e “empresas de fachada”, possivelmente para a ocultação dos lucros obtidos a partir de tais ilícitos. Também foram identificados atos de lavagem de dinheiro perpetrados pelo grupo criminoso.
Esta fase da operação tem como objetivo apreender provas adicionais das práticas criminosas identificadas.
Participam, pela Receita Federal, em torno de 70 auditores-fiscais e analistas tributários que, desde a madrugada, atuam na execução de parte dos mandados de busca e apreensão que estão em andamento. Ao total mais de 300 agentes públicos estão envolvidos na operação.
Além de atuar na apreensão das mercadorias que ingressaram irregularmente no País, a Receita Federal também realizou o levantamento patrimonial e acompanhou a movimentação financeira dos suspeitos.
O “Modo Avião” é um comando utilizado para interromper as atividades do celular, assim como as ações de hoje visam interromper as atividades da Organização Criminosa. A estimativa de sonegação de tributos chega a R$ 428 milhões. Para se ter uma ideia desse valor, seria suficiente para construir mais de 200 escolas públicas (R$ 1,9 milhão). Os investigados responderão pelos crimes de descaminho, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, cujas penas máximas somadas atingem 22 anos de reclusão.