Ação integrada de forças estaduais e federais prendeu o suspeito do homicídio do servidor público Guilherme Ambrosini, de 32 anos, e de crimes de estupro, no fim da tarde deste sábado (18), numa zona de mata, em Pato Branco, sudoeste do estado. A captura ocorreu após três meses de investigação e três dias de buscas na região.
O secretário da Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, ressaltou o trabalho integrado entre as forças de segurança. “A integração entre as polícias Civil e Militar do Paraná, juntamente com órgãos federais e do estado de Santa Catarina, foi decisiva para a captura deste criminoso frio e perigoso. Nossos policiais merecem todo o reconhecimento pelo profissionalismo e dedicação no cumprimento da missão”, disse.
A operação foi coordenada pela Polícia Civil do Paraná (PCPR) e contou com a participação da Polícia Militar do Paraná, das policiais Civil e Militar do estado de Santa Catarina, da Polícia Rodoviária Federal e da Receita Federal. Durante a ação foram utilizados vários recursos especializados como helicópteros, cães farejadores e drone equipado com sensor de sensibilidade corporal.
Guilherme Ambrosini foi morto com um tiro na cabeça, no domingo (12) ao proteger a namorada de ser estuprada. Além desse crime, o homem capturado é suspeito de ter cometido dois estupros, também em Pato Branco, em abril e maio deste ano.
A delegada da PCPR Franciele Alberton explicou que para chegar até o suspeito, os investigadores reuniram informações de três crimes diferentes, que apresentavam a mesma forma de ação. “O terceiro crime, que foi a morte do servidor público, ocorreu na madrugada de sábado para domingo, mas já estávamos investigando dois casos que tinham ocorrido aqui na região, um em abril e outro em maio, e, pelo modo de agir, tudo indicava que seria o mesmo autor dos três”, contou a delegada.
Com as informações reunidas e sabendo do paradeiro do homem, os policiais civis da Delegacia da Mulher de Pato Branco foram para Clevelândia, cidade vizinha, cumprir o mandado de prisão do suspeito. “Porém, era um lugar complicado e não tinha como entrar despercebido. Ele viu as equipes e se embrenhou na mata”, afirmou. De quinta-feira até o fim da tarde de sábado, as buscas se intensificaram com o apoio das outras forças de segurança.
BUSCA – As equipes então esperaram o amanhecer e seguiram os passos do homem, que, segundo a coordenadora da ação, tinha caminhado a noite toda para tentar escapar da prisão.
“Os policiais refizeram todo o caminho que ele havia percorrido durante a noite e, à tarde, uma equipe nossa, aqui da Delegacia da Mulher, encontrou ele no interior de Pato Branco. Houve troca de tiros e ele fugiu novamente”, detalhou a delegada. Com os reforços das demais polícias, a busca pelo suspeito foi retomada.
“Conseguimos fazer um cerco na região que ele estava e nos mantivemos lá, mesmo durante a noite. Durante as buscas, localizamos algumas peças de roupas que ele havia usado e, com a ajuda de cães farejadores, o homem foi encontrado e preso”, contou a delegada. Como ele havia se ferido na troca de tiros, foi levado ao Hospital São Lucas, onde passou por cirurgia e está sob escolta policial.
O suspeito era procurado desde março, quando rompeu a tornozeleira eletrônica. Ele invadia residências desocupadas, de veraneio, se alimentava e usava roupas que encontrava nestes locais.
CRIMES – De acordo com a delegada, o homem cometia os estupros de maneira semelhante. “Sempre com luvas, capuz e touca balaclava, para não deixar rastros, ele escolhia as vítimas, sempre casal, amarrava o rapaz, colocava no porta-malas, levava os dois para onde queria e os atacava”, detalhou Franciela, que ainda contou que o homem tem traços de psicopatia.
A pistola 9mm que foi utilizada para matar o servidor Guilherme Ambrosini não foi encontrada. Porém, o carregador dela foi encontrado em Clevelândia, com munições. “Acreditamos que ele tenha usado esta arma contra as equipes, no confronto, mas a dispensou em seguida”, afirmou a delegada.
CONDENAÇÕES – De acordo com Franciela, o homem já tem condenação por roubo, homicídio e estupro. Ele saiu do sistema prisional no fim de 2021 e rompeu a tornozeleira em 01 de março de 2022, quando ainda morava em Curitiba.
PCPR