De forma híbrida, o Grupo de Trabalho (GT) Saúde se reuniu no último dia 31, para realizar a 186ª reunião. O encontro contou com a participação das principais instituições de saúde dos países da tríplice fronteira, Brasil, Paraguai e Argentina, como a Secretaria de Saúde do Estado do Paraná e do Município de Foz do Iguaçu, e o Ministério da Saúde dos três países, que juntos, aprovaram o primeiro projeto: Vigilância Ativa de Precisão para a Região da Tríplice Fronteira, proposto pela comissão técnica de Endemias e Pandemias.
O trabalho tem como foco contribuir com a prevenção de epidemias de arboviroses, transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, além de aperfeiçoar as práticas de fiscalização no uso da tecnologia fundamentada nos princípios de Saúde Única (One Health) e Vigilância Integrada para conter a transmissão da Dengue, Zica e Chikungunya. “Há décadas em que as Arboviroses, principalmente a dengue, ocorrem de forma epidêmica na tríplice fronteira. Uma nova e moderna abordagem se faz necessária para preservar vidas e a economia da região”, frisou Renata Defante, coordenadora técnica do Centro de Controle de Zoonoses de Foz.
O projeto-piloto será realizado em Foz do Iguaçu, mas a proposta é que seja estendida para a região trinacional. A capacitação será realizada com base nos conceitos de saúde única para os profissionais dos três países da área de controle de vetores, e abordará o uso de armadilhas para a vigilância entomológica e a implantação do software na cidade, para coletar os dados e monitorá-los, sendo possível acompanhar o desenvolvimento da ação, e decidir sobre a utilização futura do software na Argentina e Paraguai.
Graciela Gamarra, representante do Ministério da Saúde do Paraguai, ressaltou que o projeto cumpre com objetivo de ver a tríplice fronteira como um só território social. Já Walter Villalba, representante do Ministério da Saúde da Nação Argentina, disse que a proposta de vigilância ativa para a tríplice fronteira tem um valor transcendental. “O modelo pode ser replicado em diversos pontos na Argentina, que também tem fronteira com outros países do Mercosul”, pontuou.
Para o coordenador suplente do GT Saúde, Márcio Botolini, “a expectativa é de fortalecermos a união dos membros para elaboração de projetos que promovam a saúde de forma integrada entre os três países, contribuindo para a construção de políticas públicas que beneficiem a população da região, e também sirvam de exemplos para outras regiões transfronteiriças”.
As cinco comissões de saúde, Vigilância em Saúde, Saúde Materno Infantil, Saúde Mental, Doenças Crônicas e Promoção e a Educação e Comunicação em Saúde, estão elaborando propostas de grandes projetos que deverão ser apresentadas para aprovação do colegiado nos próximos encontros. “Os grupos estão extremamente dedicados e atuantes, com o objetivo de trabalhar de forma ainda mais integrada e com mais agilidade, nos assuntos relacionados à saúde na fronteira”, finalizou Paula Rodrigues, analista especializado do HMCC, e responsável pelo GT no Brasil.
GT Saúde
Criado em 2003 pela Itaipu Binacional o GT Saúde realizou, até 2022, 186 reuniões ordinárias para troca de experiências e informações. Ao longo dos anos, foram realizados mais de 115 projetos e ações, com mais de 11 mil profissionais da saúde, educação e trânsito capacitados e qualificados mais de 40 apoios a parceiros.
O grupo chegou a ter 14 comissões técnicas, abordando diferentes temas: Saúde da Criança e do Adolescente, da Mulher; do Indígena; do Idoso; do Homem; Mental; e de Acidentes e Violências.
Hoje, a operacionalização do funcionamento do GT é feita pelo Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC) de Foz do Iguaçu.
Assessoria