Forte terremoto atingiu o estado do Acre, na terça-feira. De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o tremor teve magnitude de 6,5 e o epicentro foi localizado a cerca de 100 quilômetros a Sudoeste da cidade acreana de Tarauacá.
Conforme o USGS, o abalo sísmico se deu a uma profundidade de 616 quilômetros, portanto foi muito profundo. Terremotos perto da superfície com profundidade entre 10 e 20 quilômetros têm risco muito maior de produzir danos enquanto sismos muito profundos como este no Acre costumam ter efeitos menores na superfície. O USGS informou o terremoto se produziu às 21h55, hora de Brasília. Um segundo terremoto, réplica do tremor principal, com magnitude de 4,8 e a 603 quilômetros de profundidade, foi registrado às 22h53 (hora de Brasília), informou o USGS dos Estados Unidos. Réplicas, normalmente abalos com menor intensidade, são comuns depois de um grande terremoto.
Outro forte abalo tinha sido registrado na região no final do mês passado. No dia 26 de maio, um sismo de 7,2 de magnitude atingiu a região do Peru e Bolívia. O tremor na região de Puno, próximo da fronteira com a Bolívia, acabou sendo sentido no Chile, Equador, na capital boliviana La Paz e em Rio Branco, no Acre. O terremoto ocorreu a uma profundidade de 212 quilômetros, portanto foi menos profundo que o desta noite. Os sismos sentidos no Acre de maior intensidade se originam no Peru, com hipocentros ocorrendo a 600 quilômetros de profundidade, o que tende a diminuir os efeitos das ondas sísmicas em superfície, mas amplia seu alcance. Isso explicaria o fato de terremotos ocorrerem no Peru e serem sentidos no Acre, visto que quanto maior a profundidade que o sismo ocorre maior é sua capacidade de propagação da onda. É que o que faz com que cidades acreanas como Tarauacá e Feijó sintam com frequência abalos em solo peruano. Conforme o observatório sismológico da Universidade de Brasília (UnB), dois dos maiores terremotos registrados no Brasil se sucederam em um intervalo de apenas 28 dias e tiveram magnitudes bem parecidas. “Tratou-se de um fato sismológico singular, para um território tão extenso e considerado uma das áreas contínuas e tectonicamente mais estáveis do planeta”, destaco o observatório. O primeiro deles, em 31 de janeiro de 1955, com magnitude 6,2, teve seu epicentro nas proximidades da Serra do Tombador, Mato Grosso, mas há dúvidas sobre a exata localização. O outro, em 28 de fevereiro de 1955, atingiu 6,1 e localizou-se no mar, a aproximadamente 360 quilômetros de Vitória, Espírito Santo. Ambos tinham potencial para ocasionar destruição, mas seus epicentros, longe de áreas habitadas, não produziram consequências graves.
Fonte: MetSul