A Prefeitura de Foz do Iguaçu emitiu uma nota se pronunciando sobre a polêmica das cestas básicas que estavam na Unidade Básica de Saúde do Cidade Nova, região norte da cidade. De acordo com a nota, as cestas fazem parte de um trabalho realizado já há algum tempo em parceria com servidores da saúde, empresários e a comunidade da região.
Confira a nota:
O prefeito Chico Brasileiro repudiou nesta quarta-feira, 25, o uso político da espetacularização do denuncismo em relação a entrega de cestas básicas à população vulnerável do Distrito Norte.
Na sexta-feira, 19, um grupo de pessoas, de forma truculenta, invadiu a UBS da Cidade Nova e as salas da unidade à procura de flagrantes de um trabalho realizado já há algum tempo em parceria com servidores da saúde, empresários e a comunidade da região.
“Nunca usamos cestas básicas para outra finalidade que não seja a definida pelos profissionais da assistência social, e isso vem sendo cumprido rigorosamente em nossa administração, antes e durante a pandemia”, afirmou o prefeito Chico Brasileiro.
“Não foram apresentadas provas de que essa determinação tenha sido descumprida. Inclusive, os profissionais fazem o relatório dessas ações e adicionam as informações às fichas dos pacientes que receberam essas doações”, complementou.
A assistente social Silvia Silveira Dias, do Distrito Norte, explicou que todas as doações são registradas em prontuário médico e que sempre recebeu suporte da prefeitura para o trabalho. “A região é de grande vulnerabilidade, com casos muito delicados e de pessoas que têm muita necessidade”, relatou.
“A unidade de saúde não é porta aberta para esse tipo de atendimento, mas a partir da avaliação dos técnicos da unidade e estudos de casos, em alguns deles, conseguimos parcerias da própria unidade, dos profissionais da comunidade, dos empresários da região para fornecer em alguns casos as cestas básicas”, complementou Silvia.
Arrecadação
Silvia, que também trabalha na AKLP, disse que pode fornecer informações, relatórios e documentos a respeito da ação. “Eu quero deixar claro que é um serviço realizado pelo serviço social em conjunto com o serviço da unidade de saúde e também com a comunidade de Foz do Iguaçu que é muito parceira e sempre tem ajudado”.
Historicamente, um grupo de assistentes sociais e voluntários arrecada junto às empresas e moradores da região, além de alimentos, roupas, calçados e até móveis que são entregues às famílias de extrema vulnerabilidade. “As pessoas não sabem de onde vem as cestas e têm fome. Fico muito triste com tudo isso, com a maldade daqueles que exploram isso como um fato político. Matar a fome de alguém não é crime e não pode ser perigoso”.
“Vamos continuar ajudando as pessoas, pedindo doações e passando para quem precisar de alimento, de roupas , calçados e até de móveis,. Nós vamos continuar porque independente do que aconteça, a fome está aí e não é todo mundo que chega no final do mês e tem um salário para por dentro de casa e a família está precisando. A população vai continuar recebendo apoio”, completou.
Fake news
A gerente da UBS, Camila Morini, relatou o constrangimento com a invasão na unidade. “Sou funcionária pública concursada há 15 anos e nunca vi isso. Entraram na unidade filmando e abriram a minha sala sem autorização e começaram a questionar de onde vinham as cestas básicas entregues pela assistente social. Não acreditaram e começaram a questionar qual a pessoa que tinha trazido as cestas básicas e reafirmei que eram doação de parceiros do serviço social”.
As cestas básicas em questão não fazem parte daquelas adquiridas pelo Município e entregues pela Secretaria de Assistência Social como benefício eventual às pessoas que atendem critérios como o cadastro no CadÚnico. Estas cestas, que possuem mais produtos, inclusive, são entregues somente nos cinco Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) de Foz do Iguaçu.
“A Prefeitura de Foz do Iguaçu se coloca à disposição das autoridades para esclarecer os fatos e lamenta as tentativas de confundir a população através de fakes news disseminadas nas redes sociais, prejudicando ainda mais as famílias vulneráveis do distrito norte”, disse o prefeito.