O calote de R$ 30 milhões entre Grêmio e Foz do Iguaçu Futebol Clube

Transação realizada em fevereiro de 2021 entre Grêmio e Porto envolvendo o garoto Pepê previa repasse de R$ 30 milhões ao Foz do Iguaçu porém equipe alega atraso

O calote de R$ 30 milhões entre Grêmio e Foz do Iguaçu Futebol Clube (Foto: Reprodução/Globo)

O calote de R$ 30 milhões entre Grêmio e Foz do Iguaçu Futebol Clube (Foto: Reprodução/Globo)

A venda do atacante Pepê, do Grêmio, para o Porto-POR faz o Foz do Iguaçu sonhar alto. O contrato de venda do jogador prevê o repasse de R$ 30,3 milhões ao time paranaense. À espera desse dinheiro, o presidente do Foz, Arif Osman, já mira até mesmo levar o clube à Série B do Campeonato Brasileiro.

Pepê chegou ao Foz em 2014, após dois anos nas categorias de base do Athletico. Pelo Azulão, o atacante jogou duas temporadas no time principal, em 2015 e 2016, com 12 partidas e cinco gols marcados.

Em fevereiro de 2021 Pepê foi vendido pelo Grêmo ao Porto por 15 milhões de euros (R$ 98,1 milhões, na cotação da época). O contrato de venda previa que a equipe iguaçuense recebesse a bagatela de R$ 29,43 milhões referentes aos 30% dos direitos econômicos do jogador e R$ 981 mil pelo mecanismo de solidariedade da FIFA.

A direção gremista confirma que recebeu os valores após acionar a FIFA, entidade que comanda o futebol mundial. Porém, até o momento o Foz não recebeu os valores a que tem direito, informalmente o clube fez consultas aos responsáveis pelo setor financeiro do clube gaúcho, mas não obteve respostas. A direção tricolor alega que o prazo para repassar a quantia aos paranaenses ainda não expirou.

“Não há absolutamente nenhum atraso de pagamento do Grêmio junto ao Foz do Iguaçu Futebol Clube no que se refere à transação envolvendo o atleta Pepê. Ao contrário, o Grêmio, em ato de mera liberalidade, realizou adiantamento de parte do valor, antes que o mesmo fosse devido”.

— Carlos Amodeo, Coordenador de Futebol do Grêmio

Já a diretoria do Foz do Iguaçu Futebol Clube confirma um acordo informal entre ambas as partes onde o Tricolor concordou em pagar R$ 1 milhão do valor inicial para auxiliar Foz do Iguaçu na montagem do elenco em 2022, a diretoria do clube adiantou a nossa equipe que caso o valor integral não seja repassado até o fim do ano todas as medidas cabíveis serão tomadas, tanto na esfera esportiva quanto na judicial.

O Foz do Iguaçu Futebol Clube sofreu com o rebaixamento no Paranaense de 2019 e pediu licença à Federação Paranaense de Futebol (FPF) em 2020. Por conta disso, o time retornou as atividades somente em 2021 disputando a Terceira Divisão do Campeonato Estadual onde conseguiu o acesso à Segunda Divisão.

Sobre como o dinheiro da transferência do jovem será utilizado o Presidente do clube Arif Osman já pensa no retorno do clube à elite do Paranaense em 2023 e chegar até a Série B ou C do Brasileiro até 2026.

“O projeto é chegar em 2023 na primeira do estadual e, em 2026, estar na Série C ou B do Brasileirão. Mas papel aceita tudo. A realidade é dura”

— Arif Osman, Presidente do Foz

O dirigente também pretende utilizar parte do valor milionário para construir um Centro de Treinamento, com campos de grama natural e sintética para o futebol profissional e um de grama natural para a base.

“Quero construir no mínimo três campos de futebol, um de grama sintética e um de grama natural. E um deles preparado para mandarmos jogos da base pelo menos”, emenda o dirigente, que pleiteia receber a doação de um terreno da prefeitura para a construção do centro de treinamento.

— Arif Osman, Presidente do Foz

Apesar do dinheiro que o Foz Futebol tem a receber o Presidente garante que não irá fazer loucuras pelo setor esportivo do clube.

“Com ou sem dinheiro de investimento, é obrigação do Foz voltar para a Segunda e depois para a Primeira. O clube que tem que conquistar seu espaço e fazer de tudo pelo acesso. Mas continuamos com o pé no chão, sem fazer loucuras, sem compromissos acima da realidade. Uma hora o dinheiro acaba”.

— Arif Osman, Presidente do Foz

O Foz do Iguaçu disputou seis estaduais (2009, 2015 a 2019), três edições da Série D do Brasileiro (2015, 2017 e 2019) e uma da Copa do Brasil (2019). No estadual, o melhor momento foi em 2015, ano que Pepê subiu ao profissional, quando foi até a semifinal.

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