As equipes do Centro de Controle de Zoonoses de Foz do Iguaçu estão percorrendo diversas regiões da cidade para instalar as Estações Disseminadoras de Larvicida (EDs), novas ferramentas de combate ao mosquito da dengue.
Em sete dias, 355 armadilhas foram instaladas nas casas de moradores da Vila C, Portal da Foz, Jardim América, Porto Belo, Lagoa Dourada e Campos do Iguaçu. A meta é instalar 1.200 EDs nessas regiões.
“As condições climáticas dos últimos dias acabaram prejudicando os trabalhos, mas estamos com equipes em seis pontos da cidade, e temos uma boa aceitação dos moradores”, avaliou a chefe do CCZ, Renata Defante Lopes.
A estação disseminadora é um pote plástico com água recoberto com um tecido preto, impregnado com um larvicida em pó. Atraídos pela água, os mosquitos pousam na superfície e tem suas patas e partes do corpo impregnadas com o produto. “Como os mosquitos visitam vários criadouros para distribuir seus ovos, eles acabam levando o larvicida para outros locais”, explicou Jean Rios, coordenador do programa de vetores do CCZ.
Contribuições
Na região do Portal da Foz, 97 armadilhas já foram instaladas, de um total de 250 que ficarão naquela região. A dona de casa Evani Miranda recebeu com satisfação as agentes de endemias na manhã desta quinta-feira. “As portas da minha casa estarão sempre abertas para o CCZ. É um trabalho muito importante e eu fico feliz em contribuir”, disse.
Dona Vera Lucia da Silva também recebeu as equipes e tirou todas as dúvidas sobre a estação disseminadora, instalada no quintal da casa. “Temos muita preocupação com a dengue. Nem vasos de plantas eu tenho em casa por conta do risco do acúmulo de água”, comentou.
De acordo com Jean Rios, o CCZ fará o monitoramento das estações disseminadoras a cada quinze dias, por um período de um ano. “As equipes retornam às casas dos moradores para uma limpeza e manutenção do recipiente, com uma nova aplicação do larvicida. Eventualmente, o morador poderá repor a água no pote. Não há nenhum risco para a saúde e nenhum perigo no manuseio”, explicou.
As estações disseminadoras são um projeto de pesquisa da Fiocruz Amazônia em parceria com o Ministério da Saúde. Foz do Iguaçu é a segunda cidade na região Sul do país a adotar a ferramenta. “É uma ação inovadora, que se soma aos demais trabalhos realizados pelo CCZ no combate à dengue”, afirmou a secretária municipal de Saúde, Jaqueline Tontini.
“É mais uma estratégia de controle ao mosquito que se une as demais ações já existentes, mas que não substitui nenhuma delas e, principalmente, não substitui o trabalho que a população deve ter de limpeza dos terrenos, dos quintais e a eliminação de criadouros”, alertou a chefe do CCZ.
Foz do Iguaçu tem 4.117 notificações e 262 casos confirmados de dengue no novo ano epidemiológico, que começou em agosto de 2021.
AMN