Representantes de Foz do Iguaçu, do setor de transporte e logística, reuniram-se com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina Correa da Costa Dias, em Brasília, para expor os impactos da greve dos auditores fiscais nas Três Fronteiras (Brasil, Paraguai e Argentina).
A pedido da Acifi, a reunião foi agendada pelo deputado federal Vermelho e contou com a presença de Rodrigo Ghellere, presidente do Sindifoz e diretor de Transporte e Logística da ACIFI, entre outras lideranças do setor.
A fase mais recente da chamada “operação-padrão” já causou prejuízo de pelo menos R$ 36 milhões somente em janeiro no que diz respeito ao transporte de cargas, com aumento de custos de diárias aos motoristas e pagamento de despesas com Multilog e terminais aduaneiros.
“Essa situação não pode continuar. Precisamos resolver isso com urgência porque os transtornos são gigantescos. Além dos prejuízos provocados ao setor, os caminhoneiros sofrem nas filas sem a mínima infraestrutura”, explicou o deputado à ministra.
O cálculo é baseado na expressiva queda no movimento de mercadorias, em janeiro, no porto seco, na Ponte da Amizade e na Ponte Tancredo Neves. A conta considera despesas aumentadas e pagamento de estadias, armazenagem de mercadoria não programada e consequente aumento de veículos para atender à mesma demanda uma vez que os prazos de viagem aumentaram em pelo menos oito a dez dias por rota.
Prejuizos
“Ao pegarmos a média de quase 21 mil veículos por mês registrada no último trimestre, então teremos oito mil caminhões a menos, ou seja, uma perda de R$ 36 milhões nesse janeiro. Isso considerando somente o valor do cruze, que custa R$ 4,5 mil por transporte de fronteira”, projeta Ghellere.
Em relação a janeiro de 2021 e de 2022, a diferença também é brutal. No primeiro mês do ano passado, passaram pelos três acessos 17.054 veículos, considerando a importação, importação noturna e exportação. Já em janeiro deste ano, o total de entradas e saídas foi de 13.263 veículos –uma redução de 22% no fluxo de cargas.
Para a categoria, a greve está causando “um buraco gigantesco”, prejudicando as transportadoras e os caminhoneiros, principalmente os autônomos. “A situação é ainda mais caótica, pois a projeção não leva em conta outros tipos de prejuízos, como deterioração de mercadorias e diárias”, completa Ghelere.
Caso seja considerado o prejuízo comercial com quebra de contratos e cancelamentos de clientes que migraram para outros mercados, uma vez que não existe qualquer segurança em se adquirir ou vender mercadoria ao Mercosul, os prejuízos passam de R$ 250 milhões, calcula o presidente do Sindifoz, que, em Brasília, representou 26 aduanas brasileiras.
Assessoria