O início da vacinação contra a covid-19 em crianças no Brasil, tem gerado muitas dúvidas nos pais, sobre a segurança e necessidade do imunizantes na faixa etária entre 5 e 11 anos. Para falar sobre o assunto, a Rádio Cultura entrevistou o médico pediatra Dr. Kennedy Schisler, alergista e epidemiologista.
Dr. Kennedy afirmou que a vacina pediátrica da Pfizer, que está sendo disponibilizada às crianças brasileiras, não é experimental e foi bem estudada, passando por todas as fases de testes. “Experimental é deixar teu filho pegar covid e ver o que acontece. Isso é uma experiência e eu não aconselho”, disse.
Nos último 30 dias, 72 crianças foram internadas com a doença no Hospital Pequeno Príncipe, referência pediátrica no estado do Paraná. Em todo o ano de 2020, foram 84 crianças internadas e já alcançou 30% dos internamentos de 2021. Das atuais crianças internadas, 40% não possuem nenhuma comorbidade.
“Acho que a preocupação da classe pediátrica e da Sociedade Brasileira de Pediatria é zelar pelo bem estar da criança e da nação. Nossa preocupação é que essas criança possam navegar por essa pandemia com segurança”, disse o médico pediatra.
Só nos Estados Unidos, já foram aplicadas 8 milhões de doses da vacina da Pfizer em crianças, destas, 8% tiveram reações adversas leves, como febre e mal estar. “Existe o relato de um caso em um milhão, de uma miocardite, que é uma reação extremamente leve e transitória, que em um ou dois dias já se resolveu e zero óbitos”, informou Dr. Kennedy.
No Brasil, foram registrados 35 mil internamentos de crianças por complicações da covid-19, com 2,5 mil mortes.
Quando a gente fala do covid não são apenas dos internados, que um em 15 vão à óbito, em crianças. Mas existe uma síndrome inflamatória sistêmica, que ocorre entre duas e seis semanas após o covid”, disse o médico. Apenas na 9º Regional de Saúde, que abrange Foz do Iguaçu e região, já foram constatados 48 casos de síndrome inflamatória em crianças.