Os professores da Unioeste e da Unila encaminharam nesta quinta-feira, 27, abaixo assinado ao presidente da Câmara de Vereadores, Ney Patrício (PSD), em que manifestam preocupação sobre projetos de lei que tentam impedir a aplicação de ferramentas de saúde, notadamente o passaporte vacinal – medida que evita a proliferação da variante ômicron na terceira onda da covid.
“As vacinas são uma conquista da humanidade. Através da vacinação em massa que o Brasil conseguiu reduzir drasticamente a mortalidade infantil, extinguiu a varíola humana e tem conseguido prolongar as vidas de milhões de idosos, com a vacina contra a gripe por exemplo. Ademais, é exatamente por causa da vacinação que o Brasil hoje, mesmo com o avanço da variante Ômicron, possui a maioria dos casos de Covid-19 sendo leves e assintomáticos”, diz o manifesto assinado por 183 professores, pesquisadores, mestres, doutores e cientistas de duas universidades.
Para os professores, é importante também trazer de forma clara alguns conceitos de epidemiologia e infectologia. “Nenhuma vacina no mundo contra qualquer doença existente, tem a capacidade de bloquear a infecção individual de imediato. As vacinas têm a função de fazer com que o organismo vacinado, após ser infectado, possa gerar uma resposta eficaz.
Resposta imunológica
A pessoa vacinada, diz o manifesto, apresenta uma carga viral mais baixa, reduzindo a transmissão viral, a gravidade da doença, a chance e tempo de de hospitalização e também a morte. “A estratégia de vacinação nunca deve ser baseada nos indivíduos e sim na busca da imunidade coletiva. A vacinação em massa promove resposta imunológica na maior quantidade de pessoas possíveis num mesmo período, e desta forma, fazer com que um determinado microrganismo não consiga obter êxito em gerar a doença numa população e
por consequência diminuindo a pressão no sistema de saúde, com menor ocupação de leitos”.
As vacinas, reafirmam os professores, são reconhecidas nacional e internacionalmente como a intervenção de saúde pública mais eficaz e com melhor custo-benefício. “De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica de Foz do Iguaçu, no mês de janeiro de 2022 (até o dia24), 90% dos óbitos por Covid-19 e 75 % dos casos hospitalizados por essa doença foram de pessoas não imunizadas”.
“Em resumo, a vacinação é um processo individual que tem um objetivo coletivo. Poucas pessoas fora do ambiente acadêmico conseguem entender, mas o que estamos vivendo é uma guerra pela sobrevivência da nossa espécie contra um inimigo invisível, o vírus Sars-Cov-2 que causa a doença Covid-19”, completam.
Bancada do vírus
Os professores pedem ainda união em torno da maior arma contra a pandemia, que é a vacinação em massa de toda a população. “Estamos enfraquecendo as nossas defesas coletivas e facilitando o trabalho do vírus”. “Por isso ferramentas de conscientização a exemplo do passaporte vacinal são muito importantes para vencermos a guerra contra a Covid-19”.
Por fim, os professores manifestam apoio ao decreto municipal 4.329, de 21 de janeiro de 2022 que estabelece a obrigatoriedade da apresentação do certificado de vacinação atualizado contra a covid. “Somos contra qualquer iniciativa desta casa que vá contra os passaportes vacinais, que gerem dúvida sobre as vacinas na população e que prejudique as nossas defesas coletivas contra a pandemia”.
“Contamos com a sua colaboração para evitar que se forme na Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu um conjunto legislativo que possa ser confundindo com uma “bancada do vírus”, que ao invés de nos ajudar no enfrentamento a pandemia de Covid-19, esteja ajudando o vírus”, completa.
Leia o abaixo assinado na íntegra
Nós abaixo assinado, professores da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) e da Universidade Federal da Integração Latino-americana (UNILA), vimos por meio desta comunicação pública manifestar nossa preocupação com a apresentação de projetos de leis a esta Câmara de Vereadores, com o objetivo de impedir a aplicação de ferramentas de saúde pública a exemplo do passaporte vacinal.
As vacinas são uma conquista da humanidade, foi através da vacinação em massa que o Brasil conseguiu, através de décadas de vacinação, reduzir drasticamente a mortalidade infantil, conseguiu extinguir a varíola humana e tem conseguido prolongar as vidas de milhões de idosos, com a vacina contra a gripe por exemplo. Ademais, é exatamente por causa da vacinação que o Brasil hoje, mesmo com o avanço da variante Ômicron, possui a maioria dos casos de Covid-19 sendo leves e assintomáticos.
É importante também trazer de forma clara alguns conceitos de epidemiologia e infectologia. Nenhuma vacina no mundo contra qualquer doença existente, tem a capacidade de bloquear a infecção individual de imediato. As vacinas têm a função de fazer com que o organismo vacinado, após ser infectado, possa gerar uma resposta eficaz. O indivíduo vacinado apresenta uma carga viral mais baixa, reduzindo a transmissão viral, reduzindo a gravidade da doença e a chance de hospitalização, reduz o tempo de hospitalização e também a morte. A estratégia de vacinação nunca deve ser baseada nos indivíduos e sim na busca da imunidade coletiva.
A vacinação em massa promove resposta imunológica na maior quantidade de pessoas possíveis num mesmo período, e desta forma, fazer com que um determinado microrganismo não consiga obter êxito em gerar a doença numa população e por consequência diminuindo a pressão no sistema de saúde, com menor ocupação de leitos. As vacinas são reconhecidas nacional e internacionalmente como a intervenção de saúde pública mais eficaz e com melhor custo-benefício. De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica do município de Foz do Iguaçu, no mês de janeiro de 2022 (até o dia 24), 90% dos óbitos por Covid-19 e 75 % dos casos hospitalizados por essa doença foram de pessoas não imunizadas.
Em resumo, a vacinação é um processo individual que tem um objetivo coletivo. Poucas pessoas fora do ambiente acadêmico conseguem entender, mas o que estamos vivendo é uma guerra pela sobrevivência da nossa espécie contra um inimigo invisível, o vírus Sars-Cov-2 que causa a doença Covid-19. Neste sentido, se não nos unirmos em torno da nossa maior arma contra a pandemia de Covid-19, que é a vacinação em massa de toda a população, estamos enfraquecendo as nossas defesas coletivas e facilitando o trabalho do vírus. Por isso ferramentas de conscientização a exemplo do passaporte vacinal são muito importantes para vencermos a guerra contra a Covid-19.
Senhor Presidente, por fim gostaríamos de deixar claro o nosso apoio ao decreto Nº4.329, de 21 de janeiro de 2022 da PMFI, que estabelece a obrigatoriedade da apresentação do certificado de vacinação atualizado contra a Covid-19. E baseado no acima exposto, somos contra qualquer iniciativa desta casa que vá contra os passaportes vacinais, que gerem dúvida sobre as vacinas na população e que prejudique as nossas defesas coletivas contra a pandemia de Covid-19. Contamos com a sua colaboração para evitar que se forme na Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu um conjunto legislativo que possa ser confundindo com uma “bancada do vírus”, que ao invés de nos ajudar no enfrentamento a pandemia de Covid-19, esteja ajudando o vírus.
Certo de sua ajuda e compreensão despedimo-nos. Colocamo-nos também a disposição para maiores esclarecimentos que se façam necessários.