O Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC) amanhã, dia 28, retoma a captação de córneas com coração parado. O processo de abordagem a potenciais doadores e a captação de córneas ficou parado durante a pandemia da covid-19 em quase todas as cidades do Paraná.
Segundo dados da Central de Transplante do Estado, antes da pandemia, o número de pessoas aguardando na fila para um transplante de córneas era cerca de 200, agora passa de 800. “A fila só vai diminuir se houver doação”, disse o enfermeiro Valter da Silva, coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) no HMCC. Segundo ele, com a queda nas internações por covid-19 será possível voltar com segurança a captação de globo ocular em pacientes com coração parado
Há mais de 12 anos o HMCC realiza a captação de órgãos em pacientes com morte encefálica, essa possibilidade de fazer a captação com o coração parado só é aplicada às doações de córneas, já que não é necessário que o coração ainda esteja funcionando por aparelhos, como no caso das doações de múltiplos órgãos.
Doação
As córneas captadas no HMCC são enviadas ao Banco de Olhos de Cascavel que distribuem para todo o país. “O trabalho deve ser rápido, entre o óbito, a abordagem da família, a retirada do órgão deve ter no máximo seis horas”, explicou Valter.
Desde 2016, quando o HMCC iniciou os trabalhos, 104 captações de córneas foram realizadas. “Agora vamos retomar e ajudar a diminuir esta fila no Paraná”, finalizou o enfermeiro.
Treinamentos
A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) do HMCC passou por novos treinamentos no início de outubro de 2021 para, inclusive, fazer a abordagem correta com a família. De acordo com o enfermeiro coordenador da CIHDOTT, qualquer pessoa que estiver na faixa etária entre quatro (4) e 70 anos, que vier a óbito e não possuir nenhuma contraindicação clínica poderá doar as córneas. “É importante ressaltar que a retirada do globo ocular não modifica a aparência do doador, e que para que se possa realizar uma doação desta natureza, é necessário que as pessoas expressem o desejo de doar aos familiares ainda em vida, pois somente com a autorização deles é que os procedimentos poderão ser realizados”, pontuou Valter da Silva, coordenador da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT).