Uma carta escrita em 2018 traz novas revelações sobre um crime que chocou todo o Paraná. Em 1º de setembro, Eliseu de Castro Silva, de 31 anos, matou a esposa Ivanilda Magalhães, de 32 anos e o enteado Renan de Magalhães Ribeiro, de nove anos. O homem desferiu várias facadas nos dois.
Eliseu fez uma série de privações na carta que era endereçada para Ivanilda. Ele determinava que a mãe controlasse a vida de Renan. Segundo ele, a criança precisava “trabalhar” algumas de suas atitudes.
“Criança de 6 anos não deve opinar em nada e nem escolher nada. Não deve jamais perguntar o que ele comer ou tomar”, diz Eliseu na carta
O caso aconteceu em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba. Eliseu garante que estava sob efeito de drogas no momento do crime. No entanto, uma carta escrita por Eliseu em 2018 e enviada à Banda B mostra que o homem costumava fazer uma série de privações contra sua esposa diariamente.
Em entrevista à Banda B, o advogado das vítimas Igor José Ogar afirmou que a carta traz uma série de privações que o agressor costumava fazer para Ivanilda e Renan. Entre elas estão instruções sobre o que a criança poderia comer e o que deveria fazer no dia a dia.
“Ele já vinha a pelo menos dois anos manipulando as pessoas que conviviam com ele. Ele limitava até o que os dois deveriam comer, fazer ou deixar de fazer”, conta o advogado Igor José Ogar
Igor José acredita que a carta mostra como era o comportamento de Eliseu e afirma acreditar que o assassinato de Ivanilda e de Renan foi premeditado.
“Pontos à serem trabalhados”
A carta foi batizada como “pontos à serem trabalhados com o Renanzinho” e a lista de privações sobre a criança ultrapassa uma página e meia.
A carta tem uma série de privações e, em dos trechos, Eliseu disse que Renan deveria ter respeito e ao mesmo tempo temor pela figura da mãe.
“Você como mãe deve ser soberana, falar com ele e ele te atender imediatamente”, dizia outro trecho da carta
Em outro trecho da carta Eliseu afirma que a Ivanilda deve seguir instruções dele para caso Renanzinho faça manha diante de alguma ordem da mãe e cruze os braços em algum momento do dia.
“Todas às vezes que ele fizer manha, cruzando os braços, deve ser imediatamente penalizado! E se ele estiver em local que não é possível bater nele, assim que chegar em casa e for tomar banho, ele deve ser lembrado da infração cometida e levar uma surra!”, diz
A carta escrita por Eliseu em 2018 foi anexada ao processo que tramita na Justiça, em Piraquara.
Fonte: Banda B