O principal rio do Paraguai, que tem o mesmo nome do país, atingiu nesta quarta-feira, 29, a menor nível já registrado na história. Segundo a Administração Nacional de Navegação e Portos (ANNP), em 24 horas o rio baixou 1cm e está com 71cm abaixo de zero, superando em quase 20cm a baixa do ano passado, quando atingiu -54cm e quebrou um recorde de 51 anos.
O menor nível histórico do Rio Paraguai já causa impactos no comércio realizado por meio de barcas. Algumas cidades começam a sentir a falta de combustíveis e outros insumos vitais que só chegam a esses locais pelo leito do rio. Além disso, o transporte de pessoas pelo rio está bastante prejudicado.
“Nós estamos buscando um canal e atracamos na ponta. Muita gente utiliza as barcas para viajar. Esta baixa já é crítica, quase impossível navegar, estamos tendo que buscar outras rotas” lamentou Dón Candido, que trabalha como barqueiro a cerca de 30 anos.
Além do comércio, a baixa do Rio Paraguai, aliada com a do Rio Paraná, preocupa a Erssan (Ente Regulador de Serviços Sanitários) que, nesta quarta emitiu uma recomendação para que a população utilize a água de forma racional para evitar desabastecimento no país.
Para evitar o pior, a Empresa de Serviços Sanitários do Paraguai (Essap), está realizando uma série de investimentos afim de garantir que a água chega à população. Já na semana passada foram instaladas bombas de Sucção (Bombas Arroceras) no leito do Rio Paraguai para bombear água até os reservatórios.
A preocupação maior é de que o verão está chegando, quando aumenta o volume de água utilizada pela população, por isso a empresa está aumentando a capacidade de tratamento de água. Por enquanto, o gerente da Essap garante que não haverá falta de água. No entanto, a empresa deve deve abrir uma licitação para trocar cerca de 100 quilômetros de encanamento para evitar o desperdício de água.
A previsão dos meteorologistas para os próximos dias não é nada animadora. Segundo Raul Rodas, diretor de Meteorologia e Hidrologia do Paraguai, o rio pode chegar a um nível de 80cm abaixo de zero. A organização Meteorológica Mundial (OMM) atualizou o seu informe recentemente e alerta que o efeito La Niña poderia produzir mais fenômenos extremos nos próximos meses. O efeito já causou estragos graves entre 2010 e 2011 e se repetiu em 2011 e 2012.
Informações e imagens Jornal Última Hora