Os cinco volumes vindos da Holanda com destino ao estado de São Paulo chamaram a atenção dos servidores da Receita Federal durante operação de rotina no Centro Internacional dos Correios em Pinhais (PR) desde o momento em que passaram no aparelho de scanner. Os cães de faro Onix e Vilma confirmaram a desconfiança, indicando positivamente para a presença de substância suspeita. Ao realizar a verificação física, os servidores encontraram cerca de 1,2 kg de uma matéria sólida compactada de tom amarelado.
Para verificar do que se tratava a substância, amostras foram enviadas ao Centro de Ciências Forenses do Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná (UFPR) para análise.
Ao chegar o laudo do Laboratório Multiusuário de Ressonância Magnética Nuclear do referido departamento, veio a surpresa: “A análise exaustiva dos dados de RMN obtidos para a amostra e a comparação destes com a literatura, permitiu concluir que se trata de uma substância da classe dos canabinoides sintéticos. Além disso, os dados permitiram concluir que se trata de um novo canabinoide sintético, ainda não descrito na literatura”.
A descoberta foi possível graças à operacionalização de um projeto-piloto que prevê a cooperação técnica entre a Receita Federal e a UFPR. O principal objetivo da cooperação entre os órgãos é desenvolver, de forma conjunta, o estudo acerca do uso da ferramenta de ressonância magnética nuclear (RMN) de alta e baixa resolução para análises de materiais suspeitos, apreendidos pelas Receita Federal junto ao Centro de Distribuição dos Correios.
Além disso, o acordo visa contribuir para o programa de treinamento de cães de faro da Alfândega em Curitiba, por meio da identificação das substâncias apreendidas pelo controle alfandegário e de sua certificação como padrões para utilização em treinamentos destes animais.
A perspectiva é de que a parceria traga bons frutos tanto para Receita Federal, que poderá aperfeiçoar a detecção de substâncias ilícitas em remessas internacionais e impedir o tráfico de drogas internacional, quanto para a UFPR que poderá proporcionar aos estudantes de graduação e de pós-graduação acesso a uma variedade maior de matérias-primas para realização de análises.
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