Desde que foi criado, em 1988, o Programa de Iniciação e Incentivo ao Trabalho (PIIT) da margem brasileira da Itaipu já atendeu a mais de seis mil jovens de Foz do Iguaçu e região, com idades de 15 a 17 anos, em situação de vulnerabilidade ou risco social. Em 2020, foram aproximadamente 240 participantes. Os jovens recebem bolsa-auxílio mensal, seguro de vida, vale-transporte, vale-alimentação e assistência médica e odontológica.
Nessas mais de três décadas de vida, o programou transformou a vida de muitos adolescentes. “Aprendi o verdadeiro valor do trabalho. Aprendi a dar valor ao dinheiro, às oportunidades de crescimento, percebi o cuidado que os supervisores tinham em me ensinar, ajudar, aconselhar”, testemunha a jovem Daiany Guarda Lara, que foi jovem aprendiz de novembro de 2010 a novembro de 2012, na Diretoria de Coordenação de Itaipu. De março de 2018 a dezembro de 2019 voltou à empresa, desta vez como estagiária na área de Administração, no RH. Hoje, aos 26 anos, está formada e atuando no mercado. “Só quem já participou e está participando sabe como é fazer parte dessa equipe.”
O coordenador do PIIT, Vinicius Ortiz de Camargo, explica que o foco do programa é inserção do jovem participante ao mercado de trabalho. Esse é um dos pontos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Entretanto, para assegurar um desenvolvimento pleno, é necessário que outras garantias sejam respeitadas, como o direito à moradia, à saúde, à educação de qualidade, ao lazer, à cultura e ao convívio social.
A pandemia de covid-19 levou o programa a buscar caminhos alternativos. Em tempos normais, os jovens atuam no contraturno escolar, com carga horária máxima de quatro horas por dia. Por causa da crise sanitária, as atividades presenciais foram suspensas. Mas não houve desligamentos no programa. Salários e vales foram mantidos, representando o complemento ou mesmo a única fonte de manutenção das famílias participantes.
“Por se tratar de um programa de aprendizagem, em que a maior parte da carga horária é voltada para as atividades laborais, torna-se fundamental e estratégico continuar a desenvolver e aplicar conteúdos que promovam o desenvolvimento das competências profissionais, considerando o interesse dos adolescentes em aprender, seu nível de escolaridade e ‘capital cultural’, o ambiente de trabalho em que estão inseridos e o papel da pessoa que o supervisiona”, afirma Ortiz.
Tempos pandêmicos
Para compensar a suspensão das atividades presenciais, o programa promoveu formações virtuais em temas como Projeto de Vida, Competências Socioemocionais, Orientação Profissional, Educação Financeira, Técnicas de Estudo, Controle do Tempo e Meditação, Incentivo aos Concursos Públicos, Curriculum Vitae e debates sobre a questão do suicídio – entre outros.
De 2 a 6 de agosto, parte dos adolescentes do PIIT participou do projeto AprenDiz Poesia, a primeira atividade presencial desde o agravamento da pandemia no Brasil, em fevereiro de 2020. A iniciativa foi da Itaipu Binacional, em parceria com o Grupo de Trabalho (GT) Aprendizagem, que reúne entidades e órgãos envolvidos com a aprendizagem profissional em Foz do Iguaçu e região. A ação também fez parte do calendário local da Semana Nacional da Aprendizagem, celebrada no mês de agosto.
Itaipu Binacional