Ao longo da última semana, de 2 a 6 de agosto, 30 jovens de Foz do Iguaçu, incluindo vários inscritos no Programa de Iniciação e Incentivo ao Trabalho (PIIT) da Itaipu, participaram de uma atividade diferente. Foi um momento para compartilhar experiências e desenvolver a criatividade por meio da música e da literatura. Para garantir o distanciamento social e a segurança sanitária, o grupo foi limitado a 15 jovens por período, em dois turnos.
O projeto APRENdiz POESIA, organizado pela Itaipu Binacional em parceria com o Grupo de Trabalho (GT) Aprendizagem, trouxe para Foz o rapper Renan Inquérito – que também é escritor, poeta, professor e doutor em Geografia – e o cantor Pop Black, produtor musical e psicólogo. O objetivo? Falar com os jovens usando a linguagem deles. “Não à toa, dentro da palavra aprendiz, temos a palavra ‘diz’, porque os jovens têm muito a dizer, e a arte é uma forma de fazer isso”, disse Inquérito.
A cada encontro, os jovens debatiam algum texto, música ou poesia e, ao final, produziam algo relacionado à conversa. “A temática central dos textos dos debates e das discussões é sempre a aprendizagem, os sonhos e o futuro”, explicou o rapper. Durante a semana, os jovens escreveram cartas para eles mesmos no futuro, elaboraram um “dicionário do coração”, criaram e gravaram um rap e um videoclipe, que será lançado em breve, e ainda produziram um livro artesanal com técnicas de serigrafia e cartonagem.
“Eu acredito que a arte pode mostrar um caminho, ela pode fazer com que os jovens encontrem alguma identidade, ou até mesmo ressignifiquem o caminho e a profissão que já escolheram. Muitos já são bem decididos do que querem, mas com um toque de arte, serão profissionais mais coloridos, talvez mais humanos, mais afetivos”, afirmou Inquérito.
É o caso de Nicholas Delvecchio Santos, de 16 anos, que quer fazer Medicina Veterinária. Segundo ele, a experiência o ajudou bastante, “porque a poesia e o rap ajudam muito a falar, a conversar mais com as pessoas, a interagir mais com elas. Isso vai me ajudar na minha carreira ou na minha vida”, disse.
Miriã Rocha Brizola, de 14 anos, nem gostava de rap, mas também aproveitou ao máximo a oportunidade. “Estou aprendendo bastante coisa. Acho que eles estão trazendo uma visão diferente sobre o rap, porque muitas vezes não é aquilo que eu estava acostumada a saber ouvir. É muito bom, muito construtivo para mim”, disse ela.
Fora da caixinha
A ideia do APRENdiz POESIA é inserir os adolescentes em um processo criativo, literário e musical, a partir de atividades que explorem a liberdade de expressão, considerando o universo do próprio jovem e suas visões. “Embora estejamos trabalhando com temáticas relacionadas à realidade deles, trabalhamos de uma forma um pouco diferente, um pouco menos, vamos dizer, burocrática. Eles podem extrapolar, sair um pouco da caixinha”, explicou Renan Inquérito.
“Essa experiência foi bastante importante, porque propiciou a eles demonstrar que são capazes e que são protagonistas de toda uma história”, avaliou o presidente da Guarda Mirim de Foz do Iguaçu, Hélio Cândido do Carmo. Tudo isso, por meio do diálogo e da arte.
“Acredito muito na arte. Acho que é pela arte que o ser humano mais consegue se expressar. A arte é a mola propulsora pra tirar a gente do anonimato de nós mesmos. Então a arte, para mim, é a mola propulsora que empurra esses jovens para o futuro”, finalizou Pop Black.
Itaipu Binacional