O Tribunal de Contas do Estado do Paraná fez nesta terça-feira (20 de julho) a transferência de R$ 18 milhões ao Governo do Estado. O valor será repassado à Universidade Federal do Paraná para cooperar na produção da vacina antiCovid 100% paranaense.
O dinheiro será usado para dar continuidade ao desenvolvimento de uma vacina contra o vírus SARS-CoV-2, além de outros imunizantes.
O acordo foi selado em reunião no último dia 12. Participaram do encontro o governador, Ratinho Junior; o vice, Darci Piana; o secretário de Saúde, Beto Preto; o presidente do TCE-PR, conselheiro Fabio Camargo; o vice, conselheiro Ivan Bonilha; o corregedor-geral do Tribunal, Fernando Guimarães; o reitor da universidade, Ricardo Fonseca; a vice, Graciela Muniz; e o professor e superintendente de Parcerias e Inovação da UFPR, Helton Alves.
Em ofício enviado ao secretário estadual da Fazenda, Renê de Oliveira Garcia Júnior, em que comunicou o repasse, o presidente do TCE-PR destacou que os recursos poderão ser usados integralmente ainda neste ano.
O repasse foi possível graças à economia obtida pela Casa no primeiro semestre deste ano, em um programa de contenção de despesas. Como resultado do esforço, em no fim de abril o TCE já havia repassado outros R$ 20 milhões ao Estado, para contribuir nas ações de enfrentamento à pandemia de Covid-19.
Vacina paranaense
O novo aporte do TCE-PR tem por objetivo dar apoio financeiro à UFPR no seu Programa de Desenvolvimento de Imunizantes, que utiliza tecnologia essencialmente paranaense.
As tratativas entre o TCE-PR e a UFPR foram iniciadas em 14 de maio, por meio de uma videoconferência entre representantes dos dois órgãos. A partir daí, um grupo de trabalho reunindo servidores do Tribunal, universidade e governo estadual trabalhou para viabilizar tecnicamente o repasse agora concretizado.
A vacina da UFPR, que atualmente está na fase pré-clínica, de testes em animais, utiliza uma bactéria – chamada Escherichia coli – já estudada há 20 anos pela área de Ciências Biológicas da UFPR. Essa tecnologia permitiu a fixação de nitrogênio, substituindo fertilizantes químicos no cultivo de grãos.
O imunizante que está sendo desenvolvido envolve a produção de partículas de um polímero biodegradável revestidas com partes da proteína spike, que é responsável pela entrada do coronavírus nas células. Essa proteína é produzida com o auxílio da bactéria Escherichia coli.
“É uma vacina de tecnologia simples, que usa insumos brasileiros, mais baratos e com excelentes resultados até aqui”, declarou o reitor da UFPR naquela reunião.
Segundo ele, o custo por dose ficaria entre R$ 5 e R$ 10 – cerca de 10% do preço das demais vacinas atualmente utilizadas no Brasil.
TCE-PR