O lote de vacinas extras que Foz do Iguaçu está recebendo do Ministério Saúde pode ser considerado como um marco na atenção do governo federal para a cidade paranaense, que há tempos tem o impacto de muito mais do que seus 258 mil moradores no atendimento dos serviços públicos de saúde.
“Ficamos muito felizes em finalmente o Ministério da Saúde e a Secretaria de Saúde do Estado passarem a enxergar as cidades de fronteira como merecedoras de uma atenção especial justamente pelas suas questões epidemiológicas muito particulares que nos tornam infinitamente mais vulneráveis à entrada de patógenos (organismos que são capazes de causar doença)”, disse a médica infectologista Flávia Trench, professora da Unila.
Flávia Trench disse que vale referir que nas cidades fronteiriças o sistema de saúde atende muito mais pacientes do que os apontados nos censos. “Sejam brasileiros que vivem nos países fronteiriços ou mesmo estrangeiros que nos buscam porque nosso sistema de saúde público e privado é mais organizado que os deles em alguns aspectos”, apontou.
Foz, por exemplo, tem no seu cadastro 424 mil usuários do cartão do SUS (Sistema Único de Saúde) e uma população de 258 mil habitantes registrados no censo de 2010 pelo IBGE. Todos os recursos para custeio da saúde pública são repassados pelo governo federal com base nos dados censitários.
O médico ortopedista Gilberto Maccali, da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, disse que a vacinação na faixa etária abaixo dos 30 anos é extremamente importante para estancar a pandemia. “São pessoas que estão na vida ativa, produzindo, que circulam mais. Nossa cidade está numa boa velocidade de vacinação e a vacina é o único recurso eficaz que estamos tendo para diminuir o número de internações e de óbitos pela doença”.
Com a vacinação em massa, segundo Maccali, os recursos podem ser despendidos para outras ações sociais que podem dinamizar as atividades econômicas da cidade. “A vacinação é de extrema importância, pois todas mostram eficácia. Os países que vacinaram em massa diminuíram consideravelmente a mortalidade, os pacientes hospitalizados e os leitos para isso, tornando a vida num novo normal. A luz no futuro é vacinar, não importa a vacina, é o caminho para ver o município voltar a crescer”.
PMFI