O embaixador João Genésio de Almeida, representante permanente adjunto do Brasil junto às Nações Unidas (ONU), destacou, nesta segunda-feira (12), que o papel da Itaipu transcende a geração de energia para brasileiros e paraguaios. Almeida conduziu nesta manhã o encerramento do webinar Addressing Climate Change During the Decade of Action (Abordando a Mudança Climática Durante a Década de Ação, em tradução livre).
Ao se referir às negociações entre os dois países sobre as bases financeiras do tratado, o diplomata afirmou que elas vão muito além de questões energéticas. “Itaipu atua nos três pilares da sustentabilidade: o econômico, o social e o ambiental. É um empreendimento que gerou (e gera) muita riqueza para o Brasil e o Paraguai. Então, os países estão também discutindo sobre um legado que vai além da energia. É sobre sustentabilidade”, afirmou o embaixador, que também defendeu soluções locais (como, no caso do Brasil, a biomassa e o etanol) para a promoção da transição energética para uma economia de baixo carbono.
O evento online faz parte da programação paralela do High-Level Political Forum da ONU (HLPF) e foi promovido pela Rede Global de Soluções Sustentáveis em Água e Energia, que tem a Itaipu e o Departamento de Assuntos Sociais e Econômicos da ONU (Undesa) entre suas instituições fundadoras.
Durante o webinar, o chefe da área de Energia da Undesa, Minoru Takada, que atuou como mestre de cerimônias do evento, ressaltou a importância da binacional na Rede Global, por compartilhar experiências bem-sucedidas em água, energia e ação climática. Ele também destacou o papel das demais organizações parceiras, no compartilhamento de boas práticas relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6 e 7, que são fundamentais para promover avanços nos demais ODS que compõem a Agenda 2030 da ONU.
A Itaipu foi representada pela engenheira ambiental Maria Eugênia Alderete, do Centro Internacional de Hidroinformática (Paraguai). Ela apresentou as principais contribuições da Itaipu com o enfrentamento das mudanças climáticas, como as emissões evitadas de 87 milhões de toneladas de CO2/ano ou de 39 milhões de toneladas de CO2/ano caso a geração de eletricidade na usina fosse feita a partir de carvão ou de gás natural, respectivamente.
Ela também apresentou uma linha do tempo da regeneração florestal promovida pela empresa desde os anos 1970. Atualmente, Itaipu mantém 10 refúgios em ambas as margens, que, somados à faixa de proteção, totalizam 101 mil hectares de Mata Atlântica protegidos. Maria Eugênia ainda apresentou as ações de estímulo a fontes renováveis, de monitoramento climático e balanço de emissões.
“A forte relação entre mudança climática, energia, água e ecossistemas é evidente para a Itaipu”, afirmou. “As atividades e políticas relacionadas à mudança climática são a chave para apoiar os esforços globais em mitigação, resiliência e adaptação às alterações no clima”.
O painel teve a moderação de Manuel Menéndez Prieto, conselheiro especial do gabinete do Ministério para a Transição Ecológica da Espanha e vice-presidente do Programa Hidrológico Internacional da Unesco. E contou também com participações do diretor geral do Instituto Privado para Pesquisa da Mudança Climática, da Guatemala, Alex Guerra, do represente da Convenção de Diversidade Biológica, Oliver Hillel, e do analista de Sustentabilidade do Canal de Isabel II, de Madri (Espanha), David Peral Pozo.
O consultor da Undesa Ivan Vera apresentou o relatório Sustainable Water and Energy Solutions addressing Climate Change (Soluções Sustentáveis em Água e Energia relacionadas à Mudança Climática). A Itaipu contribuiu com um dos estudos de caso do relatório, apresentado de forma binacional e intitulado “Gerando Hidroeletricidade por meio da Gestão Sustentável de Recursos Naturais”.
Itaipu Binacional