Pesquisadores de Itaipu estão mapeando a incidência do vírus da Covis-19, no esgoto de bairros de Foz do Iguaçu a da própria usina. A análise permite antecipar em até duas semanas as curvas de média móvel do coronavírus por regiões da cidade. A bióloga Simone Frederigi Benassi informou, em entrevista à Rádio Cultura, que além da Covid, outras pesquisas poderão ser desenvolvidas por meio da análise do esgoto. Ela salienta que inclusive é possível detectar a incidência do uso de entorpecentes nos bairros.
Benassi disse que o objetivo é ir além da Covid-19, e mapear outros vírus, como Chikungunya e Dengue. “Nossa ideia é mapear outros vírus no município” destaca. “Com a análise é possível identificar quais são as localidades com a carga viral maior ou menor, então teremos um mapa de calor das localidades, distritos epidemiológicos que tenham mais ou menos carga viral” explica.
“Ela serve como uma ferramenta para saber onde é necessário atuar de forma mais comunicativa com os bairros, para dizer: ‘olha, aqui está precisando intensificar as ações para diminuir a circulação do vírus’ é uma estratégia da vigilância sanitária” justifica.
De acordo com Benassi, a estratégia é bastante utilizada em outros países e que agora está sendo intensificada também no Brasil. “O esgoto é um material muito rico de informação em relação a uma população, é uma ferramenta que já é utilizada há muitos anos” afirmou.
“No esgoto é possível saber se é utilizado entorpecente ou não, se detecta cocaína ou não, é uma ferramenta que diz exatamente como está a população, então você pode trabalhar com a parte viral ou com entorpecente, é uma ferramenta que era utilizada desde o século passado e que estamos resgatando agora” concluiu.