O volume de drogas apreendidas em fronteiras brasileiras cresceu 111% nos últimos 12 meses. Os dados são do Ministério da Justiça e Segurança Pública e revelam, também, que no mesmo período foram apreendidos 52 milhões de maços de cigarros que seriam comercializados ilegalmente no país.
Para minimizar este problema, o órgão tem parceria com as forças de segurança, como a Polícia Rodoviária Federal. A corporação fiscaliza fronteiras de todo o país, e a policial Pâmela Vieira explica como as abordagens são feitas em rodovias federais. “Os policiais são muito bem treinados para observar tanto o comportamento de quem está sendo abordado, quanto os veículos que estão sendo fiscalizados. De modo que eles verificam se há alguma alteração que indica que foi feito um compartimento secreto, por exemplo”, sinaliza.
De acordo com a PRF, a origem dos entorpecentes varia de acordo com a substância. Por exemplo, a maioria das apreensões de maconha vem do Paraguai. As cargas entram no país pelas fronteiras com o Paraná e dois estados da região Centro-oeste: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já a cocaína é importada do Peru e da Bolívia, e para chegar até os estados, os traficantes cruzam a fronteira com Rondônia ou Mato Grosso.
“Existem os chamados entrepostos também, principalmente nos estados de Goiás e São Paulo. São onde as substâncias são levadas em maior quantidade e dali são transportadas em menor quantidade para o resto do país”, diz Pâmela. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, participou da Semana Nacional de Política sobre Drogas, evento que debate este problema no país. Segundo ele, o contrabando e o tráfico geram prejuízo de R$ 2 bilhões por ano aos cofres públicos.
As drogas e as mercadorias ilegais também são traficadas pelos ônibus interestaduais, e isso dificulta a fiscalização. Durante operação da Polícia Rodoviária Federal, vários tabletes de maconha foram encontrados em malas de um ônibus, que ia de Santa Catarina para Brasília. Já o dono do veículo utilizado saía da capital federal para Goiânia com 13 tabletes de maconha em um compartimento secreto no assoalho do carro.
Para a PRF, a droga que vem de outros países tem Brasília como principal destino. “E aí ela vai passar pelo Distrito Federal, pode ser que fique por aqui para o consumo da própria região, ou pode ser encaminhada para o litoral, onde ela vai ser distribuída, inclusive, para outros países”, comenta Pâmela.
Ainda de acordo com o Ministério da Justiça, mais de 6 mil pessoas já foram presas por contrabando de mercadorias irregulares ou por tráfico internacional de drogas. Em um ano, o programa do órgão que combate crimes desta natureza evitou a perda de R$ 250 milhões dos cofres públicos brasileiros.
Por Luis Ricardo Machado
Rede de Notícias Regional/Brasília