“Lamentamos profundamente essas perdas, essas vidas de iguaçuenses que poderiam ficar mais tempo entre nós, se não fosse esta doença cruel”, afirmou o prefeito. “Sabemos o quanto é grande a dor da perda de um familiar ou de um amigo querido, ainda mais em decorrência de um vírus traiçoeiro, que pegou o mundo todo de surpresa”, disse ainda.
Chico Brasileiro explicou que “decretar luto oficial é a forma de a Prefeitura homenagear, oficialmente, essas mil vítimas, que lutaram bravamente, mas não venceram a doença. Envidaremos todos os esforços para evitar que mais vidas sejam perdidas”, complementou o prefeito.
O prefeito Chico Brasileiro destacou que, desde o início da pandemia, o município “tomou todas as medidas possíveis para frear o contágio e atender os moradores acometidos pela doença com o melhor suporte de saúde pública disponível”.
Desde março do ano passado, quando se constatou o início da pandemia, uma das primeiras medidas importantes adotadas em Foz foi a realização de exames para detectar a presença do vírus. Foram 98.981 mil exames no total, dos quais 39.949 exames deram positivos e 59.032 negativos.
Com base nos exames, “os médicos, enfermeiros, auxiliares e todo o pessoal da linha de frente no combate à pandemia agiu com dedicação, trabalho e obstinação”. Nessa batalha terrível, 17 profissionais de saúde morreram. A última delas foi a técnica de enfermagem Noemi Ivete Weiss, de 53 anos, que morreu na sexta-feira, 18 de junho.
Impacto
Em março de 2020, a Organização Mundial de Saúde anunciou o início da pandemia e desde então as autoridades sanitárias de Foz desenvolveram uma série de ações para atender a população. As primeiras ações incluíram a instalação de uma equipe com telefone de plantão para receber a comunicação de suspeitas de casos da doença. O serviço recebe atualmente mais de 13 mil chamados por mês.
Foz do Iguaçu tem mais um fator de impacto da doença. Por se localizar em uma região de fronteira com outros dois países – Paraguai e Argentina. Brasileiros e paraguaios, sem alternativa no lado de lá da fronteira, buscam atendimento no sistema de saúde pública da cidade. A cidade atende moradores de outros oito municípios sob coordenação da 9ª Regional de Saúde do Estado. “No Paraguai são mais de 300 mil brasileiros e só na faixa de fronteira, são 100 mil brasileiros”.
Para ampliar o atendimento, a prefeitura implantou na UPA do Morumbi leitos para garantir assistência aos pacientes com covid-19. “Colocamos pontos de oxigênio, para poder não deixar as pessoas sem esse atendimento”, disse Chico Brasileiro.
Mais leitos-UTI
Para atendimento de casos e suspeitas da doença, Foz do Iguaçu conta com mais uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Dr. Valter Cavalcanti Barbosa, no Morumbi, e outras cinco unidades básicas de saúde: Vila C, Lagoa Dourada, Jardim São Paulo, Vila Yolanda e a unidade 24h Padre Ítalo (Porto Meira).
O Hospital Municipal Padre Germano Lauck dobrou de tamanho. A área onde era o centro de especialidade, o atendimento de DST/AIDS e especialidades, foi transformada em um novo hospital definitivo e que atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), evitando a montagem de um hospital de campanha. De 17 leitos de UTI covid (Unidade de Terapia Intensiva), no início da pandemia, o hospital passou para 70 leitos, e 67 leitos de enfermarias.
Nos últimos quatro anos, lembra Chico Brasileiro, a prefeitura contratou, em concursos públicos e processos seletivos, mais de 650 profissionais de saúde. Eles trabalham nas unidades básicas, pronto atendimento e no Hospital Municipal. Neste período, foram construídos dois postos de saúde e uma UPA no bairro Porto Meira.