A prefeitura anunciou na quinta-feira, 10, que abriu processo administrativo que pode culminar com a rescisão do contrato do Transporte Coletivo de Foz com o Consórcio Sorriso. Anterior a isso, havia a possibilidade de que o fim do contrato ocorresse de forma amigável e a prefeitura chegou a discutir a possibilidade com representantes do Consórcio.
No entanto, em entrevista à Rádio Cultura, Cesar Amanini, diretor da Transbalan, uma das empresas que compõe o Consórcio, negou que a rescisão seja amigável. “Eles propuseram ao Consórcio que a gente fizesse uma rescisão amigável, mas o amigável me parece que era só da parte deles, amigável com só a gente cedendo, para que a gente rescindisse o contrato sem recebermos nada” disse.
Alamini defende que a quebra de contrato partiu da administração municipal e não do Consórcio, como argumenta a prefeitura. “Temos amargado descumprimento contratuais por parte do município a muito tempo. Por exemplo, a nossa tarifa (reajuste) jamais foi concedida pelo prefeito municipal. Desde que o Chico assumiu, todas as vezes que tínhamos que fazer o reajuste anual tivemos que buscar o judiciário” argumentou.
“Toda vez que apresentávamos o cálculo, ele nos olhava e falava pra nós ‘o que vocês vão dar em troca por essa tarifa?’ Ele toda vez queria que déssemos em troca alguma coisa, colocasse mais ônibus, ar-condicionado, ou colocasse água mineral, cafezinho” ironizou Alamini defendendo que a empresa já cumpria com as determinações do contrato, sem a necessidade de acrescentar benefícios para a população.
Alamini também reclamou que a prefeitura sempre arredonda as tarifas (para facilitar o troco) para o menor valor. Além disso, ele não concorda com a gratuidade de passagem para passageiros com mais de 60 anos de idade. “Em 2019 nós gastamos, só de renovação de frota, em torno de R$ 25 milhões, no início do contrato foi em torno de R$ 45 milhões só de frota e agora o município chega e diz ‘tchau, eu quero que você faça um acordo amigável, não quero mais você aqui e você não vai receber nada’” disse.
O diretor afirma para que a rescisão ocorresse de forma amigável seria necessário contratar uma empresa que fizesse uma auditoria para definir quais são os débitos do transporte coletivo. “Que essa empresa apurasse o valor, se o município está devendo, pague, se for o Consórcio, que pague. Fechamos a conta e acabou” salienta. Alamani defende que o contrato precisa ser mantido devido aos investimentos que a empresa fez. “Você imagina o tamanho do patrimônio que temos investido nisso, garagem, ônibus, então não pode em determinado momento decidir ‘o transporte não está bom, vamos acabar com isso’”.
Alamini argumenta que o Consórcio Sorriso é apenas operador do serviço de transporte coletivo e que a responsabilidade do péssimo serviço é da prefeitura e não da empresa. “Se o transporte coletivo é tão ruim assim, por que os incompetentes que passaram pelo Foztrans desde 2010 até agora não tomaram providencias? Eles deveriam ter tomado providências, mas não tomaram, porque são um bando de incompetente, pessoas políticas que não tem capacidade para o cargo, nós alertamos, propomos outros meios de operação, linhas troncais, alimentadores, terminais, mas nunca fomos atendidos” concluiu.