Um estudo publicado na terça-feira (25) na revista Nature Communications, sobre o vírus da dengue pode ajudar a criar futuras vacinas. Com as alterações climáticas, o vírus que se encontrava limitado à regiões tropicais, como Sudeste asiático e América latina, foram encontrados na Europa ou o Sul dos Estados Unidos.
O estudo é chefiado pelo professor Sean Diehl do Departamento de Microbiologia e Genética Molecular da Universidade de Vermont (MMG), nos Estados Unidos) e encontrou biomarcadores e respostas clínicas e imunitárias à infecção por dengue. Apenas em 2019, foram registrados 400 milhões de casos da doença no mundo.
Assim como a Covid-19, provocados pelo coronavírus SARS-CoV-2, a dengue pode ser assintomática ou desenvolver uma doença grave (hemorrágica) que pode ser fatal.
Acredita que a adaptação do vírus foram de regiões tropicais se deva as alterações climáticas. Atualmente, exista uma vacina contra a dengue, a Dengvaxia, aprovada para um subconjunto de pessoas em situação de risco em áreas endémicas. Essa vacina chegou a ser comprada e distribuída no estado do Paraná, em 2016.
A vacina foi indicada a um grupo pequeno da população e direcionada a 30 municípios paranaenses onde a doença virou endêmica. A vacina Dengvaxia foi vista com ressalvas pela Anvisa e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nessa nova pesquisa, os pesquisadores combinaram dados genômicos com dados clínicos recolhidos durante o acompanhamento dos sujeitos expostos ao vírus da dengue. A equipa encontrou fortes correlações entre a ativação de genes imunitários específicos e a capacidade dos sistemas imunitários dos participantes para ativar mecanismos de defesa celular precoces e produzir anticorpos contra o vírus.
Os cientistas também estudam a duração da imunidade após a dose da vacina, uma vez que “o objetivo de uma boa vacina é conseguir uma resposta imunitária protetora duradoura”, disse a presidente da MMG, Beth Kirkpatrick.