A Polícia Federal desencadeou na manhã desta quarta, 19, a Operação Akuanduba, destinada a apurar crimes contra a Administração Pública (corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando) praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro. Cerca de 160 policiais federais cumprem 35 mandados de busca e apreensão, no Distrito Federal e nos Estados de São Paulo e Pará.
As medidas foram determinadas pelo Supremo Tribunal Federal – STF. Além das buscas, o STF determinou o afastamento preventivo de 10 agentes públicos ocupantes de cargos e funções de confiança no IBAMA e no Ministério do Meio Ambiente e a suspensão imediata da aplicação do Despacho n. 7036900/2020/GAB/IBAMA.
As investigações foram iniciadas em janeiro deste ano, a partir de informações obtidas junto a autoridades estrangeiras noticiando possível desvio de conduta de servidores públicos brasileiros no processo de exportação de madeira.
A Polícia Federal não divulgou os nomes dos alvos da Operação, no entanto, à imprensa, três fontes com conhecimento da ação informam, sob condição de anonimato, que o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles está entre os alvos. Endereços do ministro em São Paulo, Brasília e no Pará, onde ele montou um gabinete, são alvos de mandados de busca e apreensão, e ele também teve quebrados os sigilos bancário e fiscal, de acordo com uma das fontes.
Procurada, a assessoria de Salles informou que não tinha uma posição de imediato sobre a operação. A mesma fonte disse que o presidente do Ibama, Eduardo Bim, foi afastado do cargo pelo Supremo. Segundo o comunicado da PF, a corte também determinou a suspensão imediata da aplicação de um despacho do instituto ambiental. O Ibama não respondeu de imediato a um pedido de posicionamento.
Salles já era alvo de um pedido de investigação no âmbito do STF por crimes ligados à venda ilegal de madeira, na qual foi apontado pela PF como defensor dos madeireiros. Segundo o pedido, Salles chegaria a respaldar documentos supostamente fraudados de aquisição de madeira. Após apresentar o pedido ao Supremo, em abril, o então superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, foi substituído do cargo.
Com informações da Polícia Federal e Revista IstoÉ