Mestranda do programa de pós-graduação em Zootecnia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), Campus de Marechal Cândido Rondon, a zootecnista Ida Barbosa de Andrade conquistou o segundo lugar em um concurso voltado à divulgação científica exclusivo para mulheres.
Apesar do mesmo em inglês, o evento é nacional. Trata-se do Tech Women Paper Contest, que faz parte do evento Tech Women Summit, para que pesquisadoras da área de STEM – science, technology, engineering, and mathematics – divulguem os resultados das pesquisas para a comunidade científica, tecnológica e empresarial.
O trabalho intitulado “Silagem do Terço Superior de Mandioca com e sem Inclusão de 25% de Milho Moído”, apresentado pela mestranda, é parte da sua dissertação. “Fiquei muito honrada, principalmente por ser um evento com público diverso onde pude mostrar um pouco da importância da Zootecnia para sociedade. Com relação a ser exclusivo para as mulheres, não só o prêmio como todo o evento, eu achei maravilhoso e especial pela valorização da mulher na ciência em diversas áreas do conhecimento”, disse.
Para a orientadora do projeto, Maximiliane Alavarse Zambom, participar de um evento científico nacional específico para pesquisadoras é gratificante, principalmente para ocupar espaços no campo das ciências agrárias. “Cada vez as mulheres mostram a importância do seu trabalho, ainda mais em uma área como a Zootecnia, que há alguns anos era dominada pelos homens. Hoje, cerca de 80% das turmas já são de mulheres. Vejo que as mulheres estão fazendo jus ao seu papel no meio acadêmico e científico”, destaca Maximiliane.
Ela comenta, ainda, sobre a relevância de mostrar a pesquisa na área da Zootecnia em um evento nacional. “Para o programa de pós-graduação é muito importante, pois será reconhecido a nível nacional e internacional. Assim, a participação no evento foi muito interessante para mostrar a importância da Zootecnia, que não é muito conhecida, para toda a comunidade acadêmica e para empresas”, finaliza.
PESQUISA – Para concorrer ao prêmio, o trabalho deveria ser sustentável. Por isso, Ida explica que a parte aérea da mandioca (folhas + ramas), os quais são resíduos agrícolas, podem ser reutilizadas na alimentação animal.
De acordo com ela, nesse caso, o terço superior da mandioca é um resíduo agrícola que pode ser utilizado na nutrição de ruminantes, sendo necessário realizar algum processamento para eliminação ou redução dos compostos cianogênicos presentes na planta que podem ser tóxicos aos animais.
A fermentação anaeróbia é um desses processos, sendo possível obter uma silagem de qualidade para alimentação dos animais, além de conservar e armazenar esse alimento por tempo indeterminado.
“Assim, com a transformação de um resíduo agrícola, pode ser utilizado para obtenção de produtos de alto valor biológico, os quais são essenciais para saúde humana, tais como leite e carne. Portanto, o ciclo é continuado pela produção dos dejetos (fezes e urina) dos animais, os quais podem ser utilizados como adubo orgânico na produção agrícola”, explica a mestranda.