Só mando produto que tem meu selo de qualidade’. A afirmação é de um homem suspeito de comandar tráfico de mulheres no Brasil e do envio de mulheres e meninas em situação de tráfico para várias partes do mundo. A matéria do Fantástico (Rede Globo) deste domingo (02,05) ilustra essa triste e cada vez mais comum realidade da ‘coisificação’ de pessoas.
Nas investigações da Polícia Federal, um dos suspeitos é empresário da região da tríplice fronteira, proprietário de um shopping em Ciudad del Este. Essa é uma das primeiras grandes ações das forças de segurança no Brasil especificamente para combater o crime do tráfico humano.
Um ponto importante a ser destacado é que, com a ação liderada pela PF, a imprensa já começa a tratar tráfico de pessoas enquanto ‘tráfico de pessoas’. Por ter uma legislação recente no Brasil (Lei n° 13.344) o crime ainda não é devidamente discriminado pela sociedade brasileira. Entre as modalidades mais recorrentes do crime no nosso país está a exploração sexual, tal como demonstrado na matéria do Fantástico, e exploração laboral, nas condições de trabalho análogas a escravidão.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), em definição no Protocolo de Palermo (2003), tráfico de pessoas é “o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento de pessoas, recorrendo-se à ameaça ou ao uso da força ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade ou à entrega ou aceitação de pagamentos ou benefícios para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outra para fins de exploração”.
Veja matéria do Fantástico deste domingo (02.05.2021):
Fonte: IDESFI