O município de Foz do Iguaçu passa a ter um setor específico para cuidados com a saúde mental da população. O setor responsável por essa área deixou de ser uma Divisão e se tornou a nova Diretoria de Saúde Mental, chefiada pela psicóloga Simone Rugani Topke, que funcionará no prédio da Secretaria de Saúde.
Entre as novas atribuições do departamento, está a migração do Centro Especializado em Reabilitação (CER IV) para a área. O espaço é especializado na assistência de pessoas com deficiências físicas, visuais, auditivas ou intelectuais. Para a nova gestora, assistir a esse grupo será um dos trabalhos essenciais.
Segundo Simone, com a reorganização será possível manter um fluxo mais centralizado de atendimento, com ações integradas e assertivas, facilitando o diálogo entre os equipamentos e instituições que fazem parte da Rede de Atenção Psicossocial (Raps).
“O termo ‘saúde mental’ ainda está muito associado à ‘doença mental’. Em primeiro lugar, espero contribuir para expandir este conceito, com ênfase nas ações de promoção da saúde mental e não apenas o atendimento a transtornos mentais ou pessoas em crise”, relatou Simone.
Reestruturação da Divisão
A equipe que irá atuar no setor ainda não está totalmente formada, por conta do processo de reestruturação. Contudo, conforme pontua a diretora, a área continuará a elaborar estratégias de ação com abrangência nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e serviços especializados, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e Ambulatório de Psiquiatria. Além da integração com as Secretarias de Assistência Social, Segurança e Educação.
“É necessário compreender que a saúde mental está relacionada à qualidade de vida e saúde emocional, então exige um trabalho multiprofissional integrado. Vamos criar uma divisão que promova isso, com ações em escolas e outros campos do município”, completou.
A secretária de Saúde, Rosa Jeronymo, conta que a criação da diretoria faz parte da estruturação da rede de atenção em saúde mental. “Ela é fundamental no processo de inclusão do usuário e consequente alcance do objetivo norteador, que é fazer a prevenção, cuidados e o resgate da cidadania do indivíduo com qualquer tipo de transtorno mental”, afirmou Rosa.
Currículo
Simone Rugani Topke é psicóloga formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com experiência na área de Saúde Mental desde 1995.
No Rio de Janeiro, trabalhou como psicóloga do Hospital Dia Casa Verde e coordenou, pela Fiocruz junto ao Ministério da Saúde, a capacitação nacional de Aperfeiçoamento em Apoio Matricial na Atenção Básica com ênfase no Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB).
No Paraná, coordenou o curso de Psicologia da UniAmérica e lecionou em diversas universidades e cursos de graduação e pós-graduação (UNIPAR, UDC, Cesufoz, Faculdade Pequeno Príncipe), destacando a disciplina de “Psicologia na Saúde Mental: NASF e CAPS” no curso de pós em Psicologia da Saúde e Hospitalar.
Também trabalhou na Promoção da Saúde Mental do “Programa Saúde Solidária”, da Faculdade Pequeno Príncipe, em Curitiba, e no Programa ACORDAR, de Combate à Exploração Sexual Infanto-Juvenil, ligado a Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Foz do Iguaçu.
Na Rede Municipal de Saúde de Curitiba, atendeu a crianças com dificuldades de aprendizagem, integrou a Coordenação da Saúde do Adolescente e foi psicóloga do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF)
Redes de atenção à saúde mental no município
Rosa Jeronymo diz ainda que novos processos de reestruturação da área também estão em análise. “Estamos defasados de alguns profissionais da área, por conta da portaria 173/2020 que limita a contratação de novos profissionais para compor o quadro, só podemos contratar mais em casos de substituição aos que estão se aposentando. Estamos estudando a melhor forma de reestruturar a saúde mental”, disse a secretária.
Foz do Iguaçu tem Centros de Atenção Psicossocial (Caps), parte da rede de atenção à saúde mental. Os Caps estão divididos no atendimento à dependência de álcool e drogas (Caps AD); Caps II, voltado para atendimento às pessoas maiores de 18 anos com transtornos mentais severos e persistentes; Caps Infantil, para crianças e adolescentes pessoas com transtornos mentais severos e persistentes, Ambulatório de Saúde Mental e a Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil (UAI).
Assessoria