O Conselho Municipal de Saúde (COMUS) emitiu uma nota nesta quarta-feira, 17, sobre o enfrentamento da Covid-19 em Foz do Iguaçu. Entre as medidas requeridas pelo Conselho, está a criação de uma força-tarefa para monitoramento domiciliar de todos os casos positivados, ainda que assintomáticos ou casos leves.
Além disso, faz um apelo à sociedade para fiel cumprimento de todas as regras sanitárias definidas pelos decretos municipais e do governo do Paraná, inclusive denunciando aglomerações para as autoridades sanitárias da cidade, através dos canais eletrônicos disponíveis.
O Secretário da Mesa Diretora do Comus, Kalid Omairi, concedeu entrevista para à Rádio Cultura e falou sobre o posicionamento do Conslho.
Leia a nota completa:
Mesa Diretora do COMUS/FOZ, em nome da representação que lhe outorga a legislação vigente, e das entidades que integram este Conselho do Controle Social da Saúde, em todos os seus segmentos, especialmente dos usuários do SUS, vem a público apresentar resumo da NOTA OFICIAL, nos seguintes termos:
1; CONSIDERANDO, que o Município de Foz do Iguaçu vivencia o momento mais crítico da pandemia da COVID-19, com sinais evidentes de colapso do sistema hospitalar, com filas de espera para internação, aumento na curva de incidência de novos casos e de óbitos decorrentes da predominância de novas variantes mais transmissíveis e danosas, e levando em conta que a oferta de novos leitos já se encontra no limiar da máxima ocupação física e estrutural, seja em relação aos recursos materiais e humanos;
2; CONSIDERANDO, que a curva de óbitos é o último indicador a apresentar redução em seus números, mesmo com medidas restritivas severas implantadas no curto prazo, reforçando a necessidade de observar as regras de prevenção (protocolo sanitário), regras de distanciamento social, medidas restritivas específicas e gerais, em conjunto com o avanço no programa local de imunização, enquanto contingência compulsória para resguardar a vida dos usuários do SUS.
3; CONSIDERANDO, que circulação de pessoas contaminadas com a COVID-19 é responsável pela disseminação de novos casos, o isolamento dos positivados é medida que se impõe, priorizando-se a ampliação da testagem, por amostragem vinculada aos casos confirmados, e nas regiões mais afetadas conforme indicativo do mapa de calor, mediante parcerias e convênios com a rede laboratorial privada, para que os resultados colhidos na rede privada sejam contabilizados nas estatísticas oficiais e fundamentem decretos de confinamento compulsório, contribuindo para conter o avanço exponencial do agente viral, pelo uso da tecnologia, para que mais indivíduos cumpram a quarentena compulsória, na forma da lei e dos decretos vigentes;
4; CONSIDERANDO, ainda a recente NOTA DE ESCLARECIMENTO publicada pela Associação Médica de Foz do Iguaçu em 13/03/2021, na qual incentiva a prática de voluntariado de profissionais médicos e a adoção de tratamento, mesmo antes do resultado dos exames, aos pacientes sintomáticos, prescrito pelo médico assistente, sem qualquer limitação quanto à prescrição de fórmulas medicamentosas, desde que julgadas pertinentes pelo médico e consentidas pelo paciente;
Destarte, a Mesa Diretora do COMUS/FOZ, publica sua posição oficial:
- A) Que o Comitê de enfrentamento à pandemia busque meios e estratégias para referenciar laboratórios privados para inclusão dos testes particulares nas estatísticas oficiais, e para fundamentar ordens de restrição individuais, compulsórias ou preventivas, no intuito de frear a velocidade de surgimento de novos casos, criando uma força-tarefa para monitoramento domiciliar de todos os casos positivados, ainda que assintomáticos ou casos leves;
- B) Buscar meios para aumentar a oferta de vacinas, ainda que mediante recursos próprios da PMFI, devidamente autorizada pelo Legislativo Municipal, via consórcio de municípios, para complementar o Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19 e acelerar o cronograma local;
- C) Recomendar ao Comitê Gestor da Crise Sanitária da Covid-19, maior protagonismo e colaboração com a comunidade científica e a sociedade civil organizada, priorizando decisões técnicas em detrimento das políticas, em conjunto com docentes e pesquisadores das universidades locais;
- D) Ampliar a cesta básica de medicamentos ofertada pela farmácia municipal, para prover tratamento adequado aos pacientes sintomáticos, mediante fornecimento para os usuários do SUS dos medicamentos prescritos pelos profissionais médicos que integram a rede pública e o grupo de médicos voluntários criado por membros da Associação Médica de Foz do Iguaçu, de modo a permitir que o tratamento se inicie em sede domiciliar, com acompanhamento, presencial e/ou virtual, dos pacientes com suspeita de Covid-19, com ou sem comorbidades, mesmo para os casos leves;
- E) Criar canais e equipar salas nas unidades básicas para ampliar o acesso da população à oferta de atendimentos por meio da telemedicina em todos os distritos da saúde, bem como disponibilizar meios para coleta domiciliar de testes para casos suspeitos, de modo a evitar a circulação dessas pessoas até confirmação do diagnóstico, em apoio às UBS’s;
- F) Avaliar a celebração de outros convênios para dar efetiva operacionalidade às medidas urgentes para prevenção do alastramento e fiscalização do cumprimento das medidas sanitárias estabelecidas nos decretos municipais vigentes, aplicando-se com rigor as penalidades previstas;
- G) Reiterar apelo à sociedade para fiel cumprimento de todas as regras sanitárias definidas pelos decretos municipais e do governo do Paraná, inclusive denunciando aglomerações para as autoridades sanitárias da cidade, através dos canais eletrônicos disponíveis.
Por fim, o momento exige união de forças, disciplina, empatia, resiliência e responsabilidade social coletiva, com a prevalência da ciência sobre a política, sem polarização e radicalismos, mantendo hígida a fé e esperança de dias melhores no horizonte. O COMUS/FOZ expressa sentimento de profunda consternação pelas mais de 500 vítimas fatais da pandemia, e sua solidariedade a todas as famílias enlutadas. Continuaremos empenhados para contribuir com soluções para essa crise sem precedentes e manteremos irrestrito apoio ao voluntariado e às ações beneficentes mantidas pela iniciativa privada e sociedade civil organizada.