Em reunião nesta quarta-feira, 17, com autoridades da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), o prefeito Chico Brasileiro solicitou a ação das autoridades federais para evitar o grande fluxo de pessoas que residem no Paraguai e procuram Foz do Iguaçu a partir da Ponte Internacional da Amizade para tratar de possíveis casos de covid.
A grande procura pelas unidades hospitalares na cidade pode colapsar no sistema de saúde do município. As autoridades paraguaias já adiantaram que iniciam a vacinação contra o coronavírus no país vizinho ainda nesta semana, mas que ainda dispõe de poucas doses do imunizante.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a cidade registrou um aumento exponencial de casos do novo coronavírus após a reabertura da fronteira, em 15 de outubro de 2020. Segundo o prefeito, 30% dos atendimentos de triagem relacionados ao vírus no Hospital Municipal Padre Germano Lauck são provenientes de moradores do Paraguai.
Suporte federal
A prefeitura encaminhou aos ministérios da Saúde e das Relações Exteriores a solicitação de suporte do governo federal para atender o aumento da demanda de residentes no Paraguai nas unidades de saúde do município– o que já está no Plano de Contingência elaborado para autorizar a reabertura da fronteira.
Na reunião, cada representante expôs os argumentos e medidas para o controle de tráfego imigratório sem prejudicar a economia e os transeuntes que dependem do país vizinho para trabalhar ou estudar.
Outra questão levantada foi o atendimento que o Hospital Municipal concede tanto a brasileiros residentes no Paraguai, como a paraguaios que buscam o Sistema Único de Saúde (SUS) para internamentos, além de pacientes dos demais municípios de abrangência da 9ª Regional de Saúde.
No limite
“Foz do Iguaçu já está no limite da capacidade de atendimento, tanto em leitos de UTI como em leitos de enfermaria. Estamos detectando um aumento significativo na procura de internamentos pós-reabertura da ponte. Por ser uma área federal, pedimos para que os ministérios nos ajudem a buscar uma solução, pois já estamos em situação grave. Precisamos de mais leitos, mais profissionais e mais insumos”, alertou Chico Brasileiro.
O delegado da Receita Federal, Paulo Bini, afirmou que todas as decisões sobre o fluxo migratório precisam passar por uma análise do governo federal, contudo, a reunião para tratar sobre esse assunto é fundamental porque demonstra “como todas as autoridades municipais” trabalham para coibir o avanço da covid-19 em Foz do Iguaçu. “Estamos muito preocupados com a saúde pública que atende a nossa população e buscaremos formas de resolver esse problema”.
Além do prefeito, também participaram da reunião a secretária de Saúde, Rosa Maria Jeronymo; o diretor da Vigilância Epidemiológica de Foz do Iguaçu, Roberto Doldan; o diretor do Hospital Municipal Padre Germano Lauck, Sérgio Fabriz; o auditor fiscal Hipólito Caplan; o delegado-chefe da Polícia Federal de Foz, Roberto Biasoli; o delegado Fábio Seiji Tamura; o chefe da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal, Luiz Antônio Gênova; e o chefe da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), José Rodrigues de Matos.
Assessoria